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Brasil 'junta os cacos' atrás do bronze no vôlei feminino
Fernão Silveira
Do Diário OnLine
27/08/2004 | 20:53
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Depois da derrota "inexplicável" para a Rússia na semifinal, conforme definição do próprio técnico José Roberto Guimarães, a seleção feminina de vôlei do Brasil 'junta os cacos' para tentar a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas, neste sábado, às 12h. As adversárias das meninas no caminho do pódio serão as arqui-rivais cubanas, eliminadas pela China na outra semifinal.

Depois da derrota doída para a Rússia, com direito a cinco match points seguidos desperdiçados no 4º set, quando placar estava em 24 a 19, a medalha de bronze virou questão de honra para as meninas. "A gente tem de ganhar o bronze, é uma obrigação. A gente veio aqui para ser campeão olímpico. Não deu. Agora temos de ganhar o bronze, que é muito importante para nós", afirmou a atacante Virna, ainda na quadra, logo após a derrota de quarta-feira.

Um fator histórico ajuda a adoçar o sabor amargo da medalha de bronze. Neste sábado, as meninas terão a chance de tirar do pódio a equipe que por duas vezes eliminou o Brasil na semifinal – em Atlanta-1996 e Sydney-2000, as cubanas derrotaram a seleção e partiram para os dois últimos de seus três títulos olímpicos consecutivos.

A atacante de ponta Virna e a levantadora Fernanda Venturini têm motivações extras para ganhar de Cuba. Elas sentiram na carne o desgosto de perder para as arqui-rivais na semifinal olímpica e conhecem muito bem o estilo catimbeiro das adversárias. Aliás, a rivalidade Brasil x Cuba no vôlei feminino pode muito bem ser comparada à rivalidade Brasil x Argentina no futebol (e em qualquer outra modalidade).

Além do fator revanche, Virna, Fernanda e a líbero Arlene buscam o bronze para encerrarem no pódio suas trajetórias olímpicas com a camisa da seleção brasileira. Aos 32, 33 e 34 anos, respectivamente, as três provavelmente não estarão na ativa daqui a quatro anos, para os Jogos de Pequim-2008. Fernanda, aliás, já quase pendurou as joelheiras e decidiu voltar a jogar recentemente, mas não esconde que brevemente vai abandonar as quadras para se dedicar à família – ela é casada com o técnico da seleção masculina de vôlei, Bernardinho Resende, com quem tem uma filha, Júlia, 2 anos.

Campanhas - O Brasil vinha invicto nas Olimpíadas até tropeçar – literalmente – na Rússia. Na primeira fase, a seleção terminou como líder isolada do Grupo A, com cinco vitórias (Grécia, Itália, Quênia, Coréia do Sul e Japão). Nas quartas-de-final, as meninas tiveram uma atuação irregular e bateram as norte-americanas por 3 a 2 (25-22, 25-20, 22-25, 25-27 e 15-6). Na semifinal, a instabilidade diante da Rússia foi fatal: derrota por 3 a 2 (25-18, 25-21, 22-25, 26-28 e 14-16).

Cuba foi a 3ª colocada do Grupo B na 1ª fase, com três vitórias (Rússia, China e República Dominicana) e duas derrotas (Alemanha e EUA). Nas quartas-de-final, as comandadas do técnico Luis Felipe Calderón passaram pela Itália num verdadeiro épico de voleibol – 3 sets a 2, com parciais de 23-25, 25-14, 25-22, 14-25 e 12-15. Na semifinal, porém, Cuba levou a revanche da China: 3 a 2 (22-25, 20-25, 25-17, 25-23 e 10-15).




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