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Cenário externo faz dólar disparar e bolsa despencar
Do Diário OnLine
03/04/2001 | 17:49
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O cenário externo voltou a deixar tenso o mercado financeiro brasileiro nesta terça-feira. O dólar fechou em alta de 0,51%, cotado a R$ 2,176 para compra e R$ 2,178 para venda, a maior cotação do ano. Durante a manhã, a moeda norte-americana chegou a ser vendida a R$ 2,183, o maior valor desde o início do Plano Real, em julho de 1994.

O dia na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) também foi difícil. O índice abriu em baixa e chegou a cair mais de 2%, acompanhando o mau desempenho do mercado mundial. Durante a tarde, ele acabou recuando um pouco e fechou em baixa de 1,75%. Analistas acreditam que a queda só não foi maior porque o volume de negócios foi muito baixo durante todo o dia.

As bolsas internacionais também caíram bastante. Nos Estados Unidos, o índice Nasdaq fechou em –6,19% e o Dow Jones em queda de 2,99%. O índice Merval, da bolsa de Buenos Aires, registrou queda superior a 2%, assim como as bolsas européias, que também fecharam em baixa.

As perspectivas de lucros menores ou até prejuízos das empresas norte-americanas continua sendo o principal fator de nervosismo no mercado. Nesta quarta, a tensão deve continuar até o pronunciamento do presidente do Federal Reserve (BC norte-americano), Alan Greenspan, ao Senado sobre a desaceleração da economia daquele país.

Nesta terça, também contribuíram para o mau desempenho do mercado as preocupações com a crise financeira na Argentina. Os investidores se voltaram para as reuniões do ministro da Economia Argentina, Domingo Cavallo, com empresários em Nova York e para o anúncio de arrecadação fiscal do mês de março na Argentina.

No final da tarde, a informação de que foram reduzidas as exigências de reservas aos bancos para a realização de operações financeiras na Argentina não repercutiu bem no mercado. Para os analistas, a decisão pode comprometer o pagamento das dívidas do país vizinho.

O mercado também vê com apreensão uma possível moratória argentina devido ao alto número do déficit fiscal. Cavallo anunciou nesta segunda que, no primeiro trimestre deste ano, o saldo negativo vai superar em US$ 1 bilhão a meta estabelecida com o FMI, de US$ 2,1 bilhões.




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