Wagner Montanari, 48 anos, deve a vida ao seu ganha pão. Dono da oficina mecânica vizinha à loja Pipa e Cia, foi salvo por estar embaixo do carro que consertava no momento da explosão.

O mecânico teve apenas uma queimadura leve no cotovelo direito, contusão no ombro direito e escoriações na face. Até o fim da noite de ontem o mecânico permanecia no CHM (Centro Hospitalar Municipal) de Santo André em observação. Segundo Sueli Montanari, 56, prima de Wagner, ele sentia fortes dores nas costas, pois havia sido atingido por destroços.

No fundo da oficina existiam duas casas nas quais moravam Wagner e cinco familiares. Na hora do acidente, a mãe do mecânico, 78 anos, que estava na frente do estabelecimento, e um sobrinho, que encontrava-se no interior da residência, conseguiram fugir sem se machucar.

"Não sei quando vai cair a ficha de que a gente só tem a roupa do corpo. Com certeza perdemos tudo", afirma a irmã de Wagner, Roseli Montanari, 50, que também morava no local. Segundo ela, a vizinhança não gostava da comercialização de fogos de artifício na Pipa e Cia.

Segundo familiares, o mecânico passava bem, aguardando apenas liberação médica. Também continuava no hospital Sônia Maria Castellani, 63, mãe do proprietário da loja de fogos de artifício. Moradora da casa que ficava nos fundos do bazar, ela teve queimadura leve no globo ocular e arritmia cardíaca.

SOBREVIVENTE - Entre as vítimas que foram liberadas do CHM no fim da tarde, estava Valdir Robim, 42. Ele e o irmão, Daniel Robim, 37, voltavam do almoço quando escutaram os estrondos. "Quando deu o primeiro estouro, pensei que tinha sido o transformador de luz. Depois veio um barulho maior. Eu estava a uns 100 metros da casa. Foi uma chuva de pedra. Com a pancada, fiquei desacordado", diz Valdir, que sofreu escoriações e levou pontos na cabeça.