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Lula volta a dizer que foi traído, mas defende Dirceu
Do Diário OnLine
Com Agências
07/12/2005 | 12:00
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer nesta quarta-feira, em entrevista a emissoras de rádio, que se sentiu traído quando tomou conhecimento das denúncias de uso de caixa dois pelo PT. Apesar disto, o petista defendeu o deputado cassado José Dirceu (PT-SP) e afirmou que subiria no palanque com o colega em uma eventual campanha à reeleição.

"Eu levaria o Zé Dirceu para o palanque até porque ele foi cassado e não foi provado nada contra ele", destacou Lula. "Quando você mancha o nome de uma pessoa, depois você não reconstrói mais", disse. "Eu defendo que haja apuração, investigação. Agora, eu sou contra a pena de morte na vida política e na vida normal".

Lula mais uma vez negou ter conhecimento das irregularidades cometidas pelo PT e por seu governo e usou uma metáfora para explicar sua posição. "Quantas mães de famílias, quantos pais de família têm um filho dentro de casa que está praticando algum delito, que está usando droga e não sabe. Só fica sabendo quando a polícia prende, quando acontece alguma desgraça".

Apesar da avaliação, Lula destacou que o desconhecimento das irregularidades não tira a responsabilidade das autoridades. "O que não pode é abrir mão da responsabilidade. A responsabilidade é minha, é de qualquer ministro".

Caixa dois- O presidente lamentou o uso de caixa dois pelo PT e defendeu reformas políticas para acabar com a prática. "O PT não precisava dessa prática política, até porque não é o dinheiro que faz uma pessoa ganhar as eleições", avaliou. "Só para você ter uma idéia, dos dois aviões que eu fiz campanha de 1989, um caiu em Juiz de Fora e outro caiu na Bolívia, porque eram aviões que estavam já no final de vida. E eu tive 47% dos votos nesse país".

"Existe uma história neste país que o PT não poderia ter entrado. O PT nasceu para combater isso. Quem fez isso cometeu um erro abominável contra a história do PT. Agora, vai amargar muitos anos para recuperar a sua história política e sua credibilidade. Eu estarei do lado do PT tentando contribuir para que isso aconteça", garantiu.

Lula disse que a sociedade deve cobrar do partido para que ele volte a ser exemplo de comportamento ético no cenário político. "Não somos infalíveis. Cometemos erros e, quando cometemos erros, nós temos que pagar e pagar forte. A sociedade brasileira precisa nos cobrar sistematicamente, de forma implacável, para que a gente seja uma referência ética neste país".

Para o presidente, as irregularidades na política só serão superadas com uma reforma política e eleitoral. "Eu particularmente estou convencido que a prática política nesse país de caixa dois ou de mais eleitores do que gente na população das cidades quando a gente tiver mudança na legislação eleitoral, que tiver partido mais forte, que tiver fidelidade partidária".




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