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SP cancela serviço de varredura contra grampos ilegais
09/09/2011 | 09:00
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O governador paulista, Geraldo Alckmin, afirmou ontem que a Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp) rescindiu no dia 1.º de setembro o contrato que mantinha com a Fence Consultoria, empresa que faz varreduras contra grampos clandestinos. O encerramento do contrato não foi publicado no Diário Oficial e se deu após a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo ter procurado as assessorias de comunicação da Prodesp, da Secretária de Gestão Pública e do próprio governo em 22 de agosto em busca de informações sobre as ações da Fence no governo.

O jornal revelou ontem que a Fence foi contratada em julho de 2008, na gestão do ex-governador José Serra (PSDB), e que a última renovação de contrato ocorreu em julho deste ano, já na gestão Geraldo Alckmin. O atual governador afirmou que não tinha ciência do contrato e ordenou seu encerramento porque a empresa foi contratada sem licitação. "Eu não tinha a informação. Quando tomei conhecimento, mandei rescindir, pela simples razão de que tem uma determinação do governo que é não contratar sem licitação. Não há hipótese".

Questionado se a falta de licitação era o único problema, o governador disse: "O trabalho era um trabalho interno da Prodesp. Ela poderá detalhar melhor". A reportagem procurou a Secretaria de Gestão Pública para saber por que o contrato foi feito e renovado sem licitação, dada a determinação do governador. A secretaria se limitou a repetir que a contratação obedeceu aos dispositivos da Lei de Licitações e foi julgada regular pelo Tribunal de Contas do Estado.

Segundo os termos do acordo, a Fence foi contratada para "serviços técnicos especializados em segurança de comunicações em sistemas de telefonia fixa" em "ambientes internos e externos". Segundo informou a Prodesp, a Fence somente monitorava suas linhas telefônicas, sem acesso a linhas ou a centrais de outros órgãos do governo.

O deputado estadual Simão Pedro (PT) afirmou que o contrato do governo estadual com a Fence é um assunto "de extrema gravidade" e disse suspeitar de um esquema de escutas clandestinas em órgãos públicos. "Precisam ser investigados a fundo a sua legalidade e o tipo de serviço que foi feito", ressaltou. "Contratar uma empresa dessas sem licitação para fazer varreduras é uma temeridade. Por trás disso pode estar escondido um esquema de escutas telefônicas em instituições públicas como a própria Assembleia". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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