Cultura & Lazer Titulo
Mangá, um oriental esportivo
Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
18/06/2005 | 08:18
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Depois da vaca louca e da gripe do frango, houve o escândalo alimentar que bem poderia ser classificado de salmão matusquela e que tomou as atenções da vigilância sanitária em abril deste ano. O restaurante Mangá, endereço andreense especialista na culinária nipônica, mais que depressa antecipou as reformas de suas dependências e deu férias coletivas para seus funcionários. Permaneceu 40 dias com as portas cerradas. "Foi um golpe. Em uma semana, logo depois que estourou essa história na imprensa, nosso movimento caiu em 70%", diz Rafael Rezende, proprietário do Mangá. E agora, passado o susto, o restaurante reabre com novidades na estrutura e no cardápio.

Nota de esclarecimento: o bafafá em torno do salmão permanece um mal-entendido, dois meses depois. Durante um ano, foram registrados no Estado de São Paulo 27 casos de difilobotríase, verminose provocada pelo consumo de peixe cru e apelidada de tênia do salmão. José Fritsch, ministro da Secretaria Nacional de Pesca, pronunciou-se e considerou irrelevante o registro de 27 casos num universo de 1 milhão de consumidores habituais de sushi e sashimi. Chegou a desconfiar de uma conspiração para prejudicar o Chile, principal exportador de salmão no globo. Laudos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não detectaram a presença do verme em qualquer amostra examinada. Denúncia sem provas.

Com o salmão chileno absolvido das acusações, o Mangá retoma as atividades, com espaço e cozinha ampliados e uma série de novos serviços. Entre eles, a construção de um bar que dentro de 15 dias deverá funcionar como lounge, com DJs e a oferta de temakis no balcão. Quinze pratos novos e 15 sobremesas deverão reforçar o cardápio em breve. E também está nos planos da casa o serviço de delivery, inicialmente nos bairros Jardim e Campestre.

O Diário visitou o Mangá, que oferece boa parte de seus pratos com opções para uma ou duas pessoas. Em meio às dez variações de sashimi da casa, a reportagem não pestanejou e pediu a de salmão (R$ 36, porção com 25 unidades). O peixe, temido qual o tubarão de Spielberg pelas carolas do escândalo, estava ali, manso, leve, com a consistência na medida, bem fatiado. Aprovado.

Dos pratos quentes, foi a vez do yakissoba especial (R$ 30, porção para dois), preparado com legumes e pequenos frutos do mar. Essa variante do prato que tem como base o macarrão frito não poderia estar mais equilibrada, entre o picante e o agridoce. Para arrematar, a reportagem foi de tempurá de sorvete (R$ 6,80), clichê entre as sobremesas japonesas que combina o recheio gelado com a crosta crocante da cobertura. Tudo nos conformes, com um serviço satisfatoriamente rápido e um ambiente oriental-esportivo. E, agora, desmitificado.




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