Acusada de racismo, deverá ficar presa durante pelo menos 10 dias, na delegacia de Sabará, na regiao metropolitana da capital, a costureira Lúcia Costa, de 40 anos. Ela ofendeu o cabo da Polícia Militar Antônio Carlos Felipe, durante uma ocorrência policial na qual ela era a própria agressora. Chamando o policial de ``sub-raça', a costureira foi presa em flagrante e irá responder a dois processos de lesao corporal e de racismo.

A Polícia Militar foi acionada, na madrugada desta segunda, para prestar socorro a Túlio da Silva, de 38 anos, que vive com Lúcia. Ela havia agredido o companheiro com uma barra de ferro. Segundo relatos de testemunhas ao delegado responsável pelo inquérito, Nilton Gonçalves, ao ser abordada pelo cabo Antônio Carlos Felipe, Lúcia disse que ele nao poderia estar exercendo a profissao de policial, porque sendo negro pertence a uma sub-raça.

O policial nao perdoou as ofensas e prendeu a costureira em flagrante. De acordo com o delegado, ela estava muito exaltada durante a ocorrência e negou, já na delegacia, que tivesse ofendido o cabo. Entretanto, testemunhas confirmaram a agressao. A costureira está presa em uma cela com outras mulheres em Sabará e nao deverá ser solta em menos de 10 dias, tempo para que o inquérito seja concluído.

Ela será autuada com base no artigo 140, parágrafo terceiro, por crime de injúria com o agravante de ofensa à raça. O crime é inafiançável na delegacia, ou seja, apenas o juiz poderá arbitrar a fiança para que ela responda ao processo em liberdade. A pena para este tipo de crime é de um a quatro anos de reclusao. Lúcia Costa responderá também a processo por lesao corporal, por ter atacado seu companheiro.