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Vinte milhões de hindus estão nas margens do rio Ganges
Das Agências
24/01/2001 | 10:56
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Uma maré humana calculada em vinte milhões de pessoas reuniu-se nesta quarta-feira, às margens do rio Ganges, por ocasião do ‘‘dia da Lua Nova’’, na chamada ‘‘Maha Kumbh Mela’’, a grande peregrinação hindu que acontece a cada doze anos na região de Allahabad, Norte da Índia.

Esta terça-feira é o dia ‘‘mais propício’’ para esta concentração humana sem precedentes, pois, segundo os astrólogos, coincide com uma conjunção de planetas que não se repetirá pelos próximos 144 anos. A ‘‘Kumbh’’ começou em 9 de janeiro e terminará no dia 21 de fevereiro.

Nas primeiras horas da tarde, o chefe da polícia local, Alok Sharma, declarou à imprensa que nenhum incidente importante havia sido registrado. No entanto, um dirigente religioso, Dayanand Baba, disse que dois anciões morreram de frio depois de terem esperado durante horas sua vez de entrar no rio.

Os banhos rituais, que permitem aos peregrinos lavarem os pecados do corpo, são realizados em um lugar amplo, na confluência do Ganges e do Yamuna.

As procissões eram lideradas pela ‘‘Nagas’’, a seita mais venerada dos ‘‘sadhus’’ (os santos da religião hindu). Quando o Sol já havia saído na região, cerca de mil adeptos do grupo ‘‘Maha Nirvani’’ correram para as águas e mergulharam nus, aos gritos.

A maior parte dos participantes neste ato de fé repetido há séculos é gente comum, mulheres, crianças, idosos e famílias inteiras chegadas dos quatro pontos cardeais da Índia.

Centenas de barcos transportaram os grupos de peregrinos aos locais de banho, enquanto milhares de pessoas utilizaram durante toda a noite pontões especialmente instalados para facilitar o movimento da multidão até a confluência dos dois rios.

Jeevesh Nandan, administrador do ‘‘Maha Kumbh Mela’’, deu nesta quarta, às 12h locais, uma primeira estimativa da participação, indicando que 15 milhões de pessoas que já se banharam desde a tarde de terça.

O livro Guinness dos recordes mundiais descreve a ‘‘Kumbh’’ de 1989, que reuniu mais de 15 milhões de pessoas, como ‘‘o maior número de seres humanos jamais reunidos com um objetivo comum, em toda a história da Humanidade’’.

Fora as batalhas de cifras registradas este ano (há quem denuncie exageros motivados por interesses financeiros), os jornalistas e os turistas ocidentais ficam impressionados com a enormidade do evento e com a paciência manifestada pelos peregrinos, que esperam ordenadamente sua vez de tomar banho.

Mais de 10 mil policiais foram mobilizados na região.




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