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Malan e Fraga acreditam em recuperaçao do Brasil
Do Diário do Grande ABC
26/04/1999 | 15:41
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Os ministro das Finanças, Pedro Malan, e o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, afirmaram nesta segunda que o Brasil está em vias de se recuperar rapidamente, depois da crise que levou à livre flutuaçao do real, em janeiro passado.

``Todos os elementos estao no lugar (para que as taxas de juros caiam)', o que deveria permitir uma reativaçao mais rápida da economia', disse Fraga ante o Conselho de Negócios Brasil-Estados Unidos, na sede da Câmara de Comércio norte-americana.

Malan disse ainda que, segundo consultores privados, a contraçao da economia em 1999 poderia ficar limitada a 2% ao invés dos 3,8% previstos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Ele reforçou que nao se trata de uma projeçao oficial do governo, mas informou que isto coincide com os sinais de retorno da confiança, refletidas na boa aceitaçao, esta semana, de uma emissao de bônus brasileiros no valor de 2 bilhoes de dólares.

Malan destacou que o real, que imediatamente depois da flutuaçao chegou a perder quase a metade de seu valor em dólares, está agora cotado em 1,65 por dólar, enquanto a onda inflacionária que muitos temiam que fosse disparada pela devalorizaçao, ``nao aconteceu'.

A estimativa de inflaçao para este ano se mantém entre 10 e 10,5% e até o ano 2000 deve baixar para um único dígito. Malan previu que as taxas reais de juros baixarao a 10% ou menos até o final do ano, graças ao desaparecimento do risco de desvalorizaçao e à reduçao das expectativas inflacionárias.

Quanto ao debate sobre a dolarizaçao, proposto pela Argentina, Malan colocou em dúvida que este passo seja viável em economias maiores que as do Panamá e da Libéria (citando dois países dolarizados), mas estimou, por outro lado, que o Mercosul pode estudar fórmulas para neutralizar as perturbaçoes causadas por variaçoes nas taxas de câmbio de seus membros.

Fraga estimou, ainda, que os investimentos estrangeiros diretos no Brasil serao mantidos em 20 bilhoes de dólares, dinheiro suficiente para cobrir a brecha projetada na balança de pagamentos.

O Instituto de Finanças Internacionais, que representa os bancos comerciais, estimou, ao contrário, que estes investimentos no Brasil cairao para 14 bilhoes de dólares contra 36 bilhoes em 1998.

O Banco Central brasileiro informou na sexta-feira passada que os investimentos estrangeiros diretos foram de 2 bilhoes de dólares em março e chegaram a 9,5 bilhoes nos três primeiros meses do ano, incluindo uma cota da privatizaçao da Telebrás, paga em fevereiro.




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