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Bresser nega existência de caixa dois
Brasília
Da AE
12/11/2000 | 21:54
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O coordenador financeiro da campanha de reeleiçao do presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-ministro da Administraçao, Luiz Carlos Bresser Pereira, negou domingo a existência de sobra de campanha nao declarada ao Tribunal Superior Eleitoral. De acordo com reportagem divulgada domingo pelo jornal Folha de Sao Paulo, um suposto caixa 2 de R$ 10,1 milhoes teria sido revelado por planilhas eletrônicas supostamente elaboradas no comitê eleitoral do candidato.

"Nao existiu sobra de campanha e nem despesas nao contabilizadas, tudo foi declarado ao TSE", afirmou Bresser Pereira. Ele admitiu ter feito uma planilha listando nomes e doaçoes de empresas e pessoas físicas respectivas à campanha de reeleiçao, mas garantiu que ela nao tem nada a ver com a apresentada na denúncia. "Fiz uma planilha de controle e alguém pode ter usado os meus dados para fazer um segunda planilha", disse o ex-ministro, acrescentando nao ter a "menor idéia" de quem poderia ser o autor das modificaçoes e do motivo.

Para Bresser Pereira, "uma planilha nao prova nada". Ele argumentou que o gasto total da campanha de reeleiçao foi de R$ 43 milhoes, muito abaixo do limite de R$ 72 milhoes permitido pela legislaçao eleitoral. "Por isso, nao faria nenhum sentido deixar de declarar despesas ao TSE", enfatizou o coordenador financeiro.

O ex-ministro explicou que houve um déficit de R$ 2 milhoes entre as despesas e as doaçoes. Esse saldo negativo foi contabilizado como dívida do PSDB. "E tudo foi declarado ao TSE", adicionou.

O líder do governo no Congresso, deputado Arthur Virgílio (PSDB-AM), lembrou que o TSE aprovou o final de 1999 as contas da campanha de reeleiçao do presidente. "O TSE julgou correta a contabilidade", afirmou. Ele disse ainda que "é muito diferente o status de um candidato proporcional que se responsabiliza diretamente pelas suas contas e o de um candidato majoritário, cujo comitê de campanha se responzabiliza perante a Lei Eleitoral".

Ministério Público - O procurador do Ministério Público Federal, Luiz Francisco de Souza, disse domingo que nao será necessária a abertura de um novo processo de investigaçao sobre a denúncia do suposto caixa 2 da campanha de reeleiçao de FHC. Ele afirmou que esse caso está sendo investigado em conjunto com o processo envolvendo suposto tráfico de influência do ex-ministro Eduardo Jorge Caldas Pereira.

O procurador do MPF suspeita que haja uma ligaçao entre as doaçoes secretas para a campanha e benefícios recebidos posteriormente por empresas doadoras. "O excesso de timidez dessas empresas pode ser explicado por benefícios futuros", disse Luiz Francisco, sugerindo uma pesquisa no Sistema Integrado de Administraçao Financeira, banco de dados do governo federal que concentra as informaçoes sobre os pagamentos feitos pelos órgaos públicos. O procurador disse ainda que só irá se concentrar nessa investigaçao depois de preparar a açao para suspender o leilao de venda do Banespa, que deve ser protocolada nesta segunda-feira. "A prioridade agora é o Banespa", sustentou.




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