O Assessor internacional da presidência da República, Marco Aurélio Garcia, afirmou no fim da tarde desta quarta-feira que o preço do gás que a Bolívia vende para o Brasil foi o principal assunto do encontro entre o presidente boliviano Evo Morales e o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrido mais cedo em Brasília.

Segundo ele, a visita de Morales ao Brasil foi positiva para os dois países. “É obvio que o tema do gás tem prioridade, mas vamos chegar a bons resultados”, afirmou Garcia, referindo-se à intenção da Bolívia de aumentar o preço do minério. A nacionalização das reservas foi uma das primeiras medidas de Morales como presidente, no início do ano passado, o que gerou impasse entre os governos.

A polêmica gira em torno do fato do Brasil querer continuar pagando US$ 4 por milhão de BTU – unidade utilizada como base para as negociações. Já a Bolívia, por sua vez, insiste em elevar este valor para US$ 5 milhão de BTU. A intenção do governo brasileiro é segurar as taxas, apesar das medidas de Evo Morales que aumentaram os custos de exploração do gás boliviano, para não repassar o reajuste para o consumidor tupiniquim.

Outros temas – No encontro, também foi discutida a possibilidade de o Brasil colaborar com os projetos do governo Morales na área de educação, além do reforço sanitário que o Ministério da Agricultura pode dar no combate à febre aftosa, recentemente detectada na Bolívia.

Além disso, Lula e Morales também debateram sobre a entrada da Bolívia no Mercosul. Ainda esteve na pauta do encontro a construção do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, em Rondônia.

Ministros – Também estiveram reunidos no Itamaraty ministros dos dois países. Os brasileiros reunidos no Itamaraty com os colegas bolivianos foram Silas Rondeau (Minas e Energia), Marina Silva (Meio Ambiente), Waldir Pires (Defesa), Celso Amorim (Relações Exteriores), Roberto Guedes (Agricultura) e Paulo Sérgio Passos (Transportes), além do presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli.

Ups! – A recepção de Evo Morales no Palácio do Planalto se transformou em uma verdadeira 'lambança'. Por causa da forte chuva que atingiu Brasília na chegada do presidente boliviano, a cerimônia 'pomposa' foi alterada. Ao invés de Morales subir a Rampa do Planalto, ele entrou com sua comitiva por uma simples porta lateral.