Já virou rotina. O deputado José Dirceu (PT-SP) entrou nesta quinta-feira com o quarto mandado de segurança junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) solicitando a suspensão do seu processo de cassação por quebra do decoro parlamentar. O petista é acusado de coordenador o chamado 'mensalão' – suposto esquema de compra de votos na Câmara em que o PT pagava até R$ 30 mil a deputados da base aliada em troca de apoio às matérias de interesse do governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Desta vez, os advogados do ex-ministro da Casa Civil argumentam que o processo já deveria ter sido extinto por vencimento do prazo. De acordo com a defesa, a prorrogação dos trabalhos no Conselho de Ética da Câmara desrespeita o Regimento Interno da Casa. Os advogados também se apóiam em outros dois fatos: o primeiro é uma inversão na ação, já que as testemunhas de defesa depuseram antes das testemunhas de acusação; o segundo é que o relator do processo, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), voltou a utilizar informações sigilosas da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Correios em seu parecer.