Política Titulo Linha 18
Vem ABC exigirá R$ 13 bi de ressarcimento

Consórcio vencedor da licitação de 2014 declara que valor equivale a ganhos com 25 anos de operação

Fábio Martins
Daniel Tossato
Do dgabc.com.br
04/07/2019 | 09:00
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O Consórcio Vem ABC, vencedor da licitação encerrada em 2014 para construir o monotrilho na Linha 18-Bronze do Metrô, avisou que buscará ressarcimento de R$ 13 bilhões, valor que o grupo estima que registraria de lucro com os 25 anos de operação do modal.

Formado pelas empresas Primav, Cowan, Encalso e Benito Roggio, o bloco era a parte privada na PPP (Parceria Público-Privada) assinada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em agosto de 2014. Concordou, no elo com o Estado, em executar o projeto por R$ 4,26 bilhões (dinheiro da época). Mas a obra não andou um centímetro sequer, pois o governo estadual não conseguiu empréstimo internacional (depois nacional) para as desapropriações.

“Nossa expectativa era, após 25 anos de exploração da Linha 18, receber algo em volta de R$ 13 bilhões. E eu acrescento mais 25% em cima deste valor, para atualizar este número. Achamos justo requerer algo assim”, disse Maciel Paiva, diretor-presidente do Consórcio Vem ABC. “No acordo há multa contratual que prevê pagamento de R$ 270 milhões caso o poder público quebre o contrato, como ocorreu. Tratamos esse valor apenas como simbólico. Queremos algo que se assemelhe à nossa expectativa de retorno”, emendou ele, dizendo que ainda não foi notificado pelo Estado sobre o rompimento contratual.

Na entrevista coletiva de ontem, concedida no Palácio dos Bandeirantes, quando o governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), revelou que o modal adotado seria o BRT (sistema de ônibus de alta velocidade, na sigla em inglês), o vice-governador Rodrigo Garcia (DEM) afirmou que tentará buscar saída “sem impacto” entre as partes. “Vamos buscar o entendimento. Até porque temos relação com as empresas, vamos tentar um processo amigável”, defendeu Rodrigo Garcia.

O Consórcio Vem ABC alegou que já gastou pouco mais de R$ 60 milhões para montar a empresa que administraria a Linha 18, na construção de equipe e para realização dos estudos que embasavam o modal.

O presidente do grupo evitou, entretanto, fornecer detalhes da estratégia jurídica a ser tomada – por exemplo, se o consórcio pretende, via Justiça, contestar o rompimento do acordo ou segurar a relicitação. Maciel Paiva comentou apenas que aguardará o ofício do Estado sobre a quebra do contrato para se reunir com a equipe jurídica e traçar o plano pelo ressarcimento.

Ontem, Doria chegou a declarar que, mesmo que o monotrilho tivesse seguido até o fim do planejamento, sua conclusão seria impossível, já que o fornecedor dos trens do monotrilho acabou “falindo”. A informação foi rebatida por Maciel. “Está totalmente equivocado. Foi o fornecedor dos trens da Linha 17-Ouro do Metrô, (que tem previsão de ligar o aeroporto de Congonhas, em Guarulhos, até a Estação Morumbi). Acredito que ele está confundindo os projetos”, avaliou Maciel, que afirmou também que já tinha conversas com possíveis fornecedores de trens para operar na Linha 18. 




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