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TV paga exibe filmes de Rogério Sganzerla
Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
11/01/2004 | 19:14
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A partir da próxima quarta-feira, o Canal Brasil (Sky, TV por assinatura) conduz uma pequena homenagem ao cineasta catarinense Rogério Sganzerla, morto aos 57 anos no último dia 9. Para veicular essa manifestação de urgência, o canal cancelou parte da programação com a qual celebraria os 450 anos da cidade de São Paulo. Talvez não houvesse melhor homenagem à capital do que o olhar singular de Sganzerla sobre suas contradições.

O programa Cinejornal Especial abre o pacote de reminiscências, às 20h30 de quarta. Uma entrevista de Sganzerla concedida em outubro de 2003 ao Canal Brasil e um apanhado de sua carreira até Signo do Caos (seu último filme, ainda inédito nos cinemas) integram a atração.

Na seqüência (21h), será exibido Elogio da Luz, documentário feito em 2003 por Joel Pizzini para a série Retratos Brasileiros. Pizzini, que acompanhou parte do período de tratamento do tumor cerebral que provocou a morte de Sganzerla, investiga o processo criativo do colega, iniciado em 1968 com O Bandido da Luz Vermelha.

É justamente este filme que fecha a programação da quarta, às 22h. Uma obra que inaugura o chamado Cinema Marginal e cujo enredo foi inspirado nos crimes do assaltante João Acácio Pereira da Costa.

O ator Paulo Villaça interpreta um meliante que atua em São Paulo e Santos. O Bandido da Luz Vermelha abriria a alameda do experimentalismo para filmes da Boca do Lixo, sob a direção de gente como Júlio Bressane e Carlos Reichenbach.

Até sábado, o Canal Brasil prevê a exibição de filmes raros: Copacabana, Mon Amour (sexta, 22h50), Abismu (sexta, 0h20) e Isto É Noel (sábado, 0h10). Não poderiam ficar de fora obras essenciais do revolucionário Sganzerla, comungado na escola de Glauber Rocha e do francês Godard.

Nessa categoria de imperdíveis entram A Mulher de Todos (quinta, 22h30) e Sem Essa, Aranha (quinta, 0h15) – com Jorge Loredo numa variação de seu personagem Zé Bonitinho. Por fim, Nem Tudo É Verdade (sábado, 1h), obrigatório para quem pretende entender o que aconteceu em 1942, quando o cineasta norte-americano Orson Welles visitou o Brasil para realizar o longa It’s All True, projeto naufragado.




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