O emissário da Commonwealth descartou a adoçao de sançoes contra o Zimbábue e insistiu, na linha do presidente sul-africano Thabo Mbeki, na diplomacia para convencer o presidente Robert Mugabe a normalizar a situaçao.

McKinnon disse que dá muita importância as conversas com o presidente do Zimbábue. ``Estou certo de que o presidente (Mugabe) vai expressar suas preocupaçoes e eu transmitirei a ele a preocupaçao da Commonwealth com o desenrolar dos acontecimentos dos últimos meses. Tenho esperanças de que as conversas desta segunda-feira sejam muito produtivas', acrescentou o emissário europeu.

Don McKinnon fica no Zimbábue segunda e terça-feira, para tratar da violência contra fazendeiros brancos e das próximas eleiçoes legislativas. Um grupo de observadores da Uniao Européia deve chegar na terça-feira ao Zimbábue, para trabalhar na organizaçao das eleiçoes, marcadas para acontecer até agosto. A missao da UE vai conversar com o governo e coordenará seu trabalho com outras missoes de observadores, vindos da Africa do Sul, dos Estados Unidos e da Commomwealth.

A Uniao Européia reiterou recentemente sua ``profunda preocupaçao pela continuaçao da violência, as perdas de vidas, as ocupaçoes ilegais de fazendas e a política de intimidaçao no período anterior às eleiçoes legislativas no Zimbábue'.

Don McKinney chegou a Harare poucas horas depois que foi anunciada a quarta morte de fazendeiros brancos. John Weeks, ferido na quinta-feira durante um tiroteio com desconhecidos que haviam invadido suas terras, morreu no domingo a noite, por causa dos ferimentos.

Um dirigente da oposiçao diz que os fazendeiros brancos estao sendo intimidados para passarem a apoiar o partido do poder. A televisao estatal e os jornais governistas deram muito espaço à ``conversao' de 50 fazendeiros em Centenary (norte). Ex-simpatizantes do Movimento para Mudança Democrática (MDC, sigla em inglês), eles apoiaram o partido do governo, a Uniao Nacional Africana de Zimbábue-Frente Patriótica (ZANU-PF, sigla em inglês).

Um dos dirigentes do MDC, David Coltart, disse ``duvido que sejam sinceros. Se nao apoiarem a ZANU-PF, terao em enfrentar violentas ocupaçoes de terras ou coisas piores'.