A OMS (Organização Mundial da Saúde) confirmou neste sábado que dois jovens da província de Java, no oeste da Indonésia, morreram por gripe aviária, tornando-se assim a 13ª e 14ª vítimas da doença no país. As duas vítimas são uma adolescente e seu irmão mais novo, nas quais foi encontrado o vírus H5N1.

"Os resultados chegaram de Hong Kong (onde a OMS dispõe de um laboratório) e confirmam que morreram de gripe aviária", disse Hariyadi Wibisono, do Ministério da Saúde indonésio. As crianças viviam numa região onde há numerosas aves e tiveram contato com galinhas mortas, segundo Wibisono.

O vírus H5N1 foi oficialmente a causa de 14 mortes na Indonésia, mas provavelmente fez mais vítimas se for levada em conta a difícil coleta de informação de saúde pública nas mais de mil ilhas habitadas do arquipélago.

O pai dos adolescentes mortos e outro membro da família, uma menina de 15 anos, também foram hospitalizados com sintomas da gripe aviária.

 A ONU considera a situação no quarto país mais povoado do mundo preocupante, e suas diversas agências - sobretudo a OMS e a FAO (Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura) lançaram um apelo à reação ao governo indonésio.

Acusada no passado de querer minimizar a amplitude da gripe aviária, a Indonésia prometeu empreender um combate radical contra a doença, com inspeções de porta em porta do exército e o sacrifício em massa de aves que perambulam pelas ruas das aldeias.

Medidas - As autoridades sanitárias de Hong Kong começaram na sexta-feira a inspecionar as granjas e os mercados avícolas após a descoberta do vírus letal H5N1 pela primeira vez em seu território, enquanto que a Turquia seguia tentando conter a doença, que já causou quatro mortos lá.

Na Turquia, os esforços médicos coincidiram com uma grande campanha de informação lançada por Ancara, sobretudo nas localidades mais pobres e dirigida principalmente às crianças, as mais afetadas pela gripe aviária.

Das 21 pessoas afetadas, 19 são crianças e adolescentes, de 2 a 18 anos de idade. Os quatro mortos na Turquia tinham entre 11 e 16 anos.

As autoridades turcas já sacrificaram um milhão de aves desde o fim de dezembro de 2005, quando a gripe aviária apareceu no leste da Turquia, o primeiro país com vítimas mortais fora do sudeste asiático, região onde a doença deixou pelo menos 80 mortos.

Em Genebra, o grupo farmacêutico Roche havia avisado na sexta-feira que seu medicamento Tamiflu devia ser administrado rapidamente para tratar as formas mais virulentas da gripe aviária, e que era muito provável que sejam necessárias doses mais altas que para a gripe comum.

O Tamiflu é considerado atualmente como o remédio mais eficiente contra o vírus H5N1, mas os pesquisadores insistem em que não se deve superestimar a eficiência dos antivirais em caso de pandemia de gripe aviária.