O líder do PT no Senado, Delcídio Amaral (MS), foi eleito nesta quarta-feira o presidente da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Correios. Depois de ser empossado, ele confirmou as expectativas e nomeou o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) como relator. Com isso, a base aliada conquista sua primeira vitória diante da oposição desde o surgimento das denúncia de corrupção na ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), já que integrante do governo Luiz Inácio Lula da Silva e o PT não conseguiram barrar a instalação da comissão investigativa.

O placar da votação da escolha do presidente foi apertada para o governo (17 a 15). O prognóstico inicial era de que a vantagem de Delcídio seria de seis votos (19 a 13), no entanto, isso não aconteceu. Isso mostra que dois membros da base votaram no senador César Borges (PFL-BA) – nome indicado pela oposição para a presidência da CPMI.

Na noite de terça-feira, depois de novo impasse entre governo e oposição em torno da nomeação dos cargos da comissão, Delcídio anunciou a retirada do seu nome para concorrer à presidência. De acordo com ele, essa foi a forma encontrada pela base aliada de forçar também a renúncia de Borges. Porém, o pefelista não recuou, o que obrigou Lula a entrar nas negociações. O presidente da República, na manhã desta quarta-feira, pediu para que Delcídio Amaral mantivesse sua candidatura – algo que foi aceito imediatamente.

Escândalo e Denúncias – A denúncia de um suposto esquema de corrupção nos Correios surgiu há quatro semanas, após a publicação de uma reportagem da revista Veja. A matéria apontava a participação do ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios Maurício Marinho na venda de 'regalias' para algumas empresas prestadoras de serviços. A reportagem transcrevia uma gravação em vídeo, de cerca de 1 hora e 50 minutos de duração, com um suposto esquema de propina envolvendo Marinho, o PTB e o deputado Roberto Jefferson (RJ), presidente do partido.