Política Titulo Contrariando TCE
Absolvido pela Câmara, Pinheiro admite vontade de ser candidato

Dezesseis vereadores votam para reverter parecer negativo contra o ex-prefeito de São Caetano

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
05/06/2019 | 08:18
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DGABC


Com as contas de 2014 aprovadas pela Câmara de São Caetano na noite de ontem, o ex-prefeito de São Caetano Paulo Pinheiro (DEM) afirmou que tem vontade de se lançar como candidato ao Palácio da Cerâmica em 2020.

“Ainda é cedo para pensar na próxima eleição, mas tenho vontade de participar da eleição para prefeito. Meu partido também já externou a vontade de que eu participe como candidato”, disse o democrata. Ele disputou os pleitos de 2012, com êxito, e de 2016, com revés.

Em articulação que envolveu figuras que apoiaram seu governo e que estão na base de sustentação do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB), Pinheiro viu 16 vereadores votarem contra o parecer negativo do TCE (Tribunal de Contas do Estado) emitido ao exercício fiscal de 2014 – ele precisava de pelo menos 14 adesões. Se o Legislativo tivesse mantido a recomendação da corte, o democrata poderia ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, ficando inelegível.

“Entre ontem (anteontem) e hoje (ontem) de manhã liguei para todos os 19 vereadores. Conversei com todos eles e expus meu lado. Tentei ser o mais sincero possível e pedi que tivessem bom senso na hora da votação. Tenho certeza que surtiu efeito”, declarou Pinheiro, que acredita ter revertido até mesmo o posicionamento de Suely Nogueira (MDB). A emedebista é integrante da comissão de finanças – que previamente analisa o parecer do TCE – e havia votado pela rejeição das contas dentro do bloco. No plenário, absolveu Pinheiro. “Tenho certeza que minha conversa com a Suely Nogueira surtiu efeito”, citou o ex-prefeito.

Dois vereadores foram contra as contas de Pinheiro – Eduardo Vidoski (PSDB) e Ubiratan Figueiredo (PL) – e um parlamentar se ausentou da sessão – César Oliva (PL) disse, em uma rede social, que teve crise alérgica após o almoço e foi internado em hospital da cidade, não podendo comparecer aos trabalhos.

“Estou com minha consciência tranquila. Meu voto foi técnico e consigo dormir tranquilo em minha cama. Eu respeito a decisão da Câmara”, comentou Eduardo, irmão do vice-prefeito Beto Vidoski (PSDB). Sobre a mudança do voto de Suely, Eduardo foi taxativo: “Eu respondo pelo meu mandato e não pelos outros vereadores. Mantive meu voto na comissão e fui coerente no plenário, sendo apenas técnico e sem fazer política”.

O TCE decidiu reprovar as contas de Pinheiro alegando que o gasto com pessoal atingiu a margem de 63% da receita corrente líquida, acima do teto de 54% estipulado pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), uma vez que às despesas com funcionalismo foram inclusos valores despendidos em contratos com terceirizadas, como TB Serviços e FUABC (Fundação do ABC). 




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