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Diadema: atraso em repasse paralisa obra do PAC
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
27/05/2009 | 07:41
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Edmilson Magalhães/DGABC


A Prefeitura de Diadema atrasou o repasse no pagamento da construtora Bianchi Bianchi Engenharia, de São Caetano, e provocou a paralisação das obras do Conjunto Yamberê II, no Jardim Inamar. Ontem, o secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano, Márcio Luiz Vale, esteve no local para vistoria e confirmou o problema às famílias.

Porém, o secretário afirmou que as questões na gestão dos financiamentos entre a Caixa Econômica e o governo federal já foram resolvidas e garantiu a entrega das 12 unidades para a primeira quinzena de julho.

"Atrasamos de três a quatro medições, que correspondem a cerca de R$ 100 mil. Isso não é nada perto de R$ 1.333.229,86 do custo total da obra", ressaltou Vale, referindo-se ao recurso do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), oriundo do Ministério das Cidades. Questionada posteriormente por e-mail sobre o valor da contrapartida, a Prefeitura não informou.

Esse não é o primeiro atraso envolvendo obras com recursos federais em Diadema. O último foi o PAC Favela Naval.

Próximo ano - A obra no Jardim Inamar consiste em 36 unidades habitacionais de dois dormitórios. Com a entrega dos 12 apartamentos, a Prefeitura pretende iniciar em julho as outras 24 unidades. "Vamos trabalhar para garantir o prazo. Isso não significa que não poderá haver paralisações. Nossa previsão de entrega é abril de 2010", acrescentou Vale, na reunião com os moradores.

A presença do secretário no núcleo foi exigida por meio de manifestação de parte dos moradores na Câmara de Diadema, ocorrida na sessão de quinta-feira. Na oportunidade, o vereador Laércio Soares (PCdoB), líder do prefeito Mário Reali na Casa, agendou por telefone a reunião com o secretário para o dia de ontem. Rubéns Moreira da Silva, o Rubinho, um dos líderes do núcleo do Yamberê, usou da tribuna e acusou a paralisação das obras no local. "O prazo era de 15 meses, mas nem as 12 casas foram entregues até agora. Temos informações que desde outubro de 2008, a construtora está sem receber. Mas como, se os recursos são da Prefeitura, da Caixa e do governo federal?", indagou Rubinho.

A reportagem do Diário esteve no local na sexta-feira e ontem e constatou a obra das 12 unidades, que está em fase final de acabamento, paralisada. Questionada na sexta-feira, a Prefeitura negou e respondeu que "as obras do Jardim Yamberê continuam em atividade e os pagamentos à construtora têm sido feitos regularmente pela Prefeitura". Informação que o próprio secretário desmentiu ontem para os moradores.

"A obra está muito atrasada, mas vamos montar um cronograma para realocação das famílias. Vamos abrir nova frente de trabalho em breve", afirmou Vale.

"Meu irmão trabalha na obra e está sem receber há três meses, tempo que a construtora ficou sem receber", afirmou o morador Sérgio Henrique Damási.

O engenheiro responsável pela obra, Roberto Sueza Cruz, da Bianchi Bianchi Engenharia, disse que o "ritmo desacelerou" nos últimos meses, mas não quis falar sobre a falta de pagamento da Prefeitura.

 




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