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Jornalista italiano seqüestrado no Iraque é executado, diz agência
Da AFP
26/08/2004 | 22:01
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A agência de notícias Ansa, da Itália, citando fontes do país no Iraque, confirmou a execução do jornalista Enzo Baldoni pelo grupo iraquiano 'Exército Islâmico no Iraque'.

A redação do Diario, revista para a qual trabalhava Enzo Baldoni, reagiu com incredulidade e espanto ao anúncio da execução do jornalista italiano por seus seqüestradores. "Isso nos parecia impossível", declarou um de seus colegas, Gianni Barbacetto, em estado de choque.

A gravação de vídeo sobre a execução de Enzo Baldoni é "breve e sangrenta", informou a agência. As imagens foram vistas pelo embaixador da Itália em Doha, na redação da TV Al Jazeera.

A Ansa disse ainda que, de acordo com as informações de que dispõe, as imagens são bastante confusas e mostram um corpo-a-corpo na última parte da gravação, que pode ter sido uma reação violenta da vítima momentos antes de sua morte.

A agência acrescentou que Baldoni não teria sido decapitado, mas assassinado com uma arma de fogo. A emissora contou ter recebido o vídeo que mostra o refém após a execução, mas preferiu não mostrá-lo "para não ferir a sensibilidade dos telespectadores".

O chefe de governo italiano, Silvio Berlusconi, disse à Ansa, em mensagem de pêsames à família do jornalista: "não há palavras ante um ato desumano que apaga de um só golpe séculos de civilização e nos devolve aos tempos obscuros da barbárie".

Berlusconi manifestou compaixão e solidaridade, reafirmando a "firme determinação de combater o terrorismo".

Atualmente, cerca de 3 mil militares italianos estão mobilizados no Iraque.

Família- Um comovente apelo pela libertação do jornalista foi feito por seus filhos na quarta-feira, tendo sido divulgado pelas emissoras de televisão italianas. A mensagem foi dirigida "ao povo iraquiano, martirizado pela guerra, e aos homens que mantêm seqüestrado nosso pai", disse a filha de Baldoni, Gabriella, 24 anos, acompanhada por seu irmão Guido, 21 anos.

"Queremos simplesmente dizer que Enzo Baldoni está no Iraque como homem de paz, além de estar como jornalista", afirmou Gabriella. "Tentava salvar vidas em Najaf, oferecendo-se como voluntário de um comboio da Cruz Vermelha italiana, seguindo o espírito solidário que o caracteriza e suas idéias e sentimentos", afirma a mensagem. "Por isso lhes pedimos que nos deixem abraçá-lo de novo", acrescentou a filha, que concluiu com uma calorosa despedida: "pai, um beijo grande de toda a família".

Histórico- Baldoni, 56 anos, diretor de uma empresa de comunicação de Milão, foi executado pelo grupo iraquiano ‘Exército Islâmico no Iraque’, que na terça-feira divulgou um vídeo exigindo a retirada num prazo de 48 horas das tropas italianas no Iraque. O vídeo dos seqüestradores apresentado pela Al Jazeera mostrava claramente o passaporte e a credencial provisória de imprensa do repórter.

A emissora Canal 5 interrompeu a programação de terça-feira para transmitir trechos do vídeo no qual o jornalista se apresentava em inglês. "Sou Enzo Baldoni, tenho 56 anos", dizia o jornalista na gravação.




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