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Quarentão atemporal

Moraes Moreira relê ao lado do filho Davi Moraes canções
e arranjos originais do antológico disco 'Acabou Chorare'

Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
17/04/2012 | 07:03
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Brasil e alegria, fórmula com a qual, através do disco 'Acabou Chorare', há 40 anos, os Novos Baianos conquistaram o País. A democracia das letras, da integração dos ritmos tradicionais nacionais com a guitarra elétrica, tudo era a busca de algo que estava em falta por aqui.

"O Brasil ia acabar no Tropicalismo. Nós éramos meninos do interior, quando chegamos a Salvador tudo estava acontecendo, a Tropicália, os festivais da Record, fomos influenciados por isso, queríamos ser artistas, só que ser artista aqui estava proibido por causa da censura", conta Moraes Moreira. "Vimos o último show de Caetano e Gil antes do exílio e pensamos que tudo aquilo não podia parar, estávamos impregnados, e então chegamos com ousadia, cabelo grande e roupa colorida", completa.

Ele, ao lado do filho Davi Moraes, apresenta na quinta, no festival Vivo Open Air, em São Paulo, releitura do consagrado álbum. "Os jovens de hoje me falam pelas estradas que têm saudade de viver um tempo que eles não viveram. 'Acabou Chorare' é isso, resultado de um momento muito pleno, de união, de vida. Isso nunca passa, a união pelos ideais e pela ideia, a amizade. "

Davi, um ano mais novo que o álbum, ressalta também o legado musical da obra. "É um disco de coragem, reverência e muita fé no som. Serviu para acabar com a briga da guitarra elétrica com o violão da bossa nova, ele conseguiu fazer o rock ter sotaque brasileiro e trouxe a coragem para descobrirmos nossa personalidade no instrumento", diz.

"Novos Baianos misturou linguagens, Jimmy Hendrix com Geraldo Azevedo, Ademilde Fonseca com Janis Joplin, quebramos preconceito. Nosso grande susto foi perceber a liberdade com que poderíamos fazer essas coisas", acredita Moraes.

Temporariamente, Moraes descarta o retorno da formação original, mas sem pesar: "É uma história que todos nós, Novos Baianos, ou cada um de nós, separadamente, pode comemorar. Acho que voltar todo mundo agora não está no clima. Cada um está de um jeito, pensa uma coisa, tem uma religião. Na hora em que éramos Novos Baianos pensávamos todos juntos."

Moraes Moreira e Davi Moraes - Música. No Jockey Club - Avenida Lineu de Paula Machado, 1.263, São Paulo. Tel.: 2161-8300 . Quinta, às 22h. Ingr.: R$ 40.

Festival integra música e cinema

Com programação até o dia 6 de maio, o Vivo Open Air, no Jockey Club de São Paulo, traz programação para cinéfilos e apreciadores de música. Os ingressos para cada dia de atração saem por R$ 40.

Em telão com 325 metros quadrados e sistema de som que sai de 28 caixas, filmes como 'Psicose', 'Senna', 'As Aventuras de Tintim - O Segredo de Licorne', 'O Exorcista' e 'A Invenção de Hugo Cabret', serão exibidos.

Entre os filmes em pré-estreia estão 'A Perseguição', 'Sete Dias com Marilyn', 'Um Homem de Sorte', 'Anjos da Lei' e o brasileiro 'Paraísos Artificiais'.

Na área musical, grupos e artistas e bandas como Lucas Santanna, Tulipa Ruiz Baobá Stereo Club, Carlos Roberto Oliveira Trio, Débora Gurgel Trio e Hamilton de Holanda Quinteto se revezam no palco.

Festas tradicionais paulistanas como a Sem Loção, a Voodoohop, a Talco Bells, a Green Sunset e a Trabalho Sujo, são as atrações às sextas e sábados. Mais informações podem ser obtidas no site www.sp.openairbrasil.com.br




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