Política Titulo CONTRA CORRUPÇÃO
Movimento do Ficha Limpa mira reforma política

Ação força mudanças no financiamento de campanha eleitoral

Cynthia Tavares
do Diário do Grande ABC
16/04/2012 | 07:34
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O MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral), que elaborou o projeto de lei da Ficha Limpa, quer novas regras para o financiamento de campanha. A aprovação da reforma política é o principal campo de atuação da organização.

O comitê nacional é formado por 52 entidades da sociedade civil. As entidades trabalham no combate à corrupção eleitoral. Para a diretora do MCCE, Jovita José Rosa, o financiamento de campanha é a raiz do problema. "Vivemos num país capitalista. Nenhum empresário vai doar R$ 50 mil, R$ 100 mil para campanha por conta das minhas boas ideias. Tudo isso é investimento que ele quer cobrar com juros e correções monetárias", afirma.

Na visão da diretora, as doações acabam culminando na corrupção, o que transforma a situação num ciclo vicioso. "O político fica refém desse financiamento e uma coisa alimenta a outra. Queremos acabar com isso", destaca.

Jovita acredita que o trabalho deve ser feito de maneira preventiva a começar pelo eleitor. A organização distribui cartilhas e realiza palestras para conscientizar a importância do voto. "Nosso lema é voto não tem preço, mas tem consequência", destaca.

Uma das principais frentes de trabalho é sobre a barganha pelo sufrágio. "O candidato que compra o voto, faz o que quer do mandato." O MCCE nasceu junto com a lei 9840/99, que caracteriza como crime a compra de voto.

Porém, o movimento organizou-se a partir de 2002. A principal bandeira foi a questão da Ficha Limpa. "Nós idealizamos, redigimos o texto e recolhemos a assinatura. Nós levamos ao Congresso e acompanhamos. Começou em maio de 2008", recorda.

Jovita conta que a resistência entre os parlamentares foi muito grande. Quando o Ficha Limpa foi apresentado, havia nove projetos do mesmo teor parados no Congresso. Para viabilizar a lei, o MCCE fez textos substitutivos para todas as proposituras.

A diretora do movimento acredita que a definição do voto aberto para a legislação foi essencial para o sucesso da proposta. "Ninguém queria levar ônus de não ter votado. Foi a primeira coisa que negociamos (com os líderes das bancadas) e foi fundamental para o êxito", analisa.

A pressão popular e da mídia foram o grande motor para pressionar os deputados e senadores. "Na época da votação, teve deputado que recebeu 20 mil e-mails. A sociedade participou não só com assinaturas. Foi muito efetiva. Os deputados votaram não porque tinham consciência. As pessoas que queriam vida política maior votaram", reitera.




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