Política Titulo Histórico
Eleição acirrada pode retornar a Diadema
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
16/04/2012 | 07:20
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Com o ingresso do médico Paulo Milanesi (PSL) na corrida à Prefeitura de Diadema, subiu para cinco o número de candidatos oficiais ao Executivo. A pulverização de postulantes pode resgatar o histórico de eleições acirradas na cidade. Desde a redemocratização do País, os pleitos no município são marcados por diversos candidatos, brigas acirradas e resultados inesperados nas urnas.

Em 1988, primeiro pleito pós-Ditadura Militar (1964-1985), a população de Diadema optou pela continuidade do governo do PT, que tinha Gilson Menezes como prefeito. O médico José Augusto da Silva Ramos (ex-PT, hoje PSDB) conquistou 49.257 votos e venceu Mauro Michels (PTB, 17.805 votos), Cláudio Roberto Rosa (PSB, 16.786 votos) e Romeu da Costa Pereira (PMDB, 15.591 votos).

A manutenção das gestões petistas foi referendada a fórceps em 1992. José de Filippi Júnior foi o nome pinçado pelo PT e teve de brigar com Eliete Menezes (então no PSB, hoje PT) pela gerência do município. Eliete substituiu às pressas o então marido Gilson Menezes (PSB), que deixara o PT anos antes após briga com José Augusto e impedido de concorrer por reprovação de contas em sua gestão. Filippi venceu por diferença de 3.033 - ele angariou 50.368, ante 47.335 da socialista. Aquele pleito contou com participações de Ademar Michels (PMDB, 10.462 votos) e Fernando Silveira (PTB, 2.204 votos), acirrando ainda mais a corrida eleitoral.

Quatro anos depois, Diadema reviveu disputa intensa nas urnas, mas desta vez com menos candidatos de peso. A briga ficou polarizada entre Gilson e José Augusto - Luiz Paulo Salgado, hoje suplente de vereador e filiado ao PR, corria por fora pelo PTB. Gilson contou com racha histórico no PT entre José Augusto e Filippi e retornou à Prefeitura ao receber 88.439 votos, contra 72.458 do rival, que seria expulso do PT meses depois.

Nos anos 2000, o município atingiu o ápice da rivalidade eleitoral entre Filippi, Gilson e José Augusto. Começou em 2000, quando os três mediram forças pela primeira vez em uma mesma eleição. No primeiro turno, Filippi ficou com 66.102 votos, José Augusto (pelo PPS) conquistou 65.640 sufrágios e Gilson angariou 45.764 adesões, sequer indo ao segundo turno na tentativa de reeleição. Aquele pleito contou com as participações de Regina Gonçalves (PV) - vice-prefeita que rompera com Gilson - e José Francisco Alves (PMDB), hoje diretor-presidente da Fundação Florestan Fernandes. Na etapa final da eleição, Filippi bateu José Augusto por diferença de 9.895 votos.

Em 2004, Filippi, José Augusto e Gilson voltaram a testar a força eleitoral. Chegado ao ninho tucano, José Augusto obteve 106.263 votos no primeiro turno, ficando à frente de Filippi (96.521 votos), de Gilson (12.924) e Francisco Luna (PFL, 2.541). No segundo turno, Filippi reverteu derrota iminente e conseguiu renovar mandato à frente do Paço por arrebatar 554 votos de diferença contra José Augusto.

A exceção no histórico acirrado aconteceu em 2008. Então deputado estadual, Mário Reali (PT) concorreu à sucessão de Filippi contra José Augusto, Ricardo Yoshio (ex-PMN, atual PDT) e Vladão Trombini (PCB) - os dois últimos eram considerados candidatos sem tanta força na corrida eleitoral. Pela primeira vez na história política de Diadema, Reali venceu a eleição no primeiro turno, com 133.893 votos.

 

Milanesi recorre a Campos Machado por apoio do PTB

A frente de cinco partidos nanicos que lançaram a pré-candidatura do médico Paulo Milanesi (PSL) recorreu ao presidente estadual do PTB, deputado Campos Machado, para contar com apoio dos petebistas e arrebatar o primeiro grande apoio ao projeto alternativo em Diadema.

Na semana passada, os presidentes do PSDC, Edivaldo Lubeck, e do PSD, Cacá Vianna, se reuniram com Campos e com Silvana Guarnieri, diretora regional do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo e que tem intenção em concorrer ao comando do Parque do Paço.

"Temos boas negociações com o PTB. Acredito que a aliança possa sair", afirmou Lubeck. O grupo ainda tenta se reafirmar no pleito municipal, já que no meio político a candidatura de Milanesi é considerada balão de ensaio para valorizar os passes de PSDC, PSD, PSC, PHS e PSL, que foram a frente.

Em seu site oficial, Campos diz que "chancelou o novo leque de alianças." O acordo deve ser anunciado oficialmente hoje.

 

PT não tentará demover plano da frente de nanicos

O PT de Diadema não demonstrou interesse em renegociar com o grupo de partidos nanicos que lançaram o médico Paulo Milanesi (PSL) à Prefeitura. Segundo o presidente petista no município, Josemundo Queiroz, o Josa, o PT precisa garantir seu espaço nas discussões sobre coalizão e não pode ser diminuído devido a exigências feitas por outras siglas.

"Eles(PSDC, PSD, PHS, PSL e PSC) estão em processo de valorização, que é natural em época de eleição. Têm direito de fazer isso. Mas o PT não pode abrir mão de seu tamanho na formação da aliança. Aceitamos discutir plano de governo, mas eles têm de trazer ideias ao nosso projeto, que não pode ser desconfigurado", comentou o dirigente petista.

O grupo decidiu entrar na corrida eleitoral justamente por não ver abertura de diálogo no PT. Todos os cinco partidos chegaram a conversar sobre a possibilidade de engrossar o arco de alianças da tentativa de reeleição do prefeito Mário Reali (PT). Pediram participação no atual governo, a exigência foi negada pelo PT e o acordo não vingou.




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