Política Titulo
Atraso na PPP adia investimentos de R$ 13 bilhões
20/09/2004 | 23:58
Compartilhar notícia


O presidente da Abdib (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base), Paulo Godoy, disse nesta segunda-feira que o atraso na votação do projeto de PPP (Parceria Público-Privada), que enfrenta oposição do PSDB no Senado, está levando o setor privado a postergar cerca de R$ 13 bilhões em investimentos previstos no Plano Plurianual. "O atraso prejudica investimentos não só no âmbito da União, mas também nos Estados e municípios", disse Godoy, depois de receber o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e cerca de 60 empresários na sede da entidade, em São Paulo, em encontro para tratar da agenda do governo para a infra-estrutura. "O que vai ocorrer é que teremos de postergar investimentos. Quem paga o pato é a sociedade."

Godoy não quis comentar a aparente contradição política de o PSDB se opor no Congresso ao projeto da PPP, mas adotar legislação semelhante em governos estaduais. Limitou-se a dizer que o atraso da agenda do Congresso é comum em época de eleições e mostrou-se otimista quanto à possibilidade de o projeto ser aprovado logo depois do primeiro turno.

Ele afirmou que a configuração atual do projeto de criação das PPPs agrada ao setor privado e se enquadra nas diretrizes da Lei de Responsabilidade Fiscal, ao contrário do que prega a oposição no Senado, encabeçada pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Em relação ao argumento do tucano, de que o projeto também fere a Lei de Licitações, Godoy disse que tudo o que estava inadequado nesse aspecto foi retirado durante a tramitação no Congresso.

Agilidade - Não interessa ao investidor privado que haja desordem nas finanças públicas, disse Godoy, pois isso indicaria que o governo não seria capaz de cumprir suas obrigações. "Desde que foi concebido até agora, o projeto evoluiu bastante e cobriu as preocupações básicas dos diversos setores que opinaram na sua criação", considera o presidente da Abdib. "O que está no Senado agrada o setor privado. Agora, é preciso dar agilidade à votação."

Segundo o empresário, José Dirceu afirmou no encontro que não há hipótese de o governo assumir sozinho os investimentos no setor e se comprometeu em agilizar toda a agenda. Na avaliação do empresário, após a aprovação das PPPs no Congresso, serão necessários pelo menos seis meses para o projeto ser regulamentado e para que se crie o fundo garantidor de investimentos.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;