Cultura & Lazer Titulo Música
Ao vivo e furioso
Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
16/04/2012 | 07:38
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Fruto da extensa turnê "The Final Frontier Tour" - ao todo foram 36 países e 98 shows - que a banda britânica Iron Maiden fez entre 2010 e 2011, outro disco duplo ao vivo ganha vida. "Iron Maiden En Vivo" (EMI Music, R$ 34,90 em média) chega às prateleiras recheado por 17 poderosas composições que passeiam por toda a carreira que já soma 37 anos.

Além do CD, a apresentação ganha corpo em DVD duplo e blu ray (R$ 54,90 e R$ 79,90 em média), que trazem também interessante documentário com trechos filmados em São Paulo. Ao longo de 102 minutos, os fãs poderão conhecer todo o processo de trabalho da banda e de todos os envolvidos para que a excursão funcionasse.

Grupo que ainda conta com a poderosa voz de Bruce Dickinson, a Donzela de Ferro - como é carinhosamente apelidado pelos fãs - tem na linha de frente os guitarristas Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers e o contrabaixista e grande mentor Steve Harris. O quinteto conta também com o grande condutor e baterista Nicko McBrian.

Não é a primeira, nem a segunda e tampouco a terceira, mas a 11ª vez que o Iron Maiden lança álbum ao vivo. Se "En Vivo" saiu com a tarefa de superar os anteriores, fará isso com proeza. Talvez com exceção ao impagável e inesquecível "Live After Death", lançado em 1985, mesmo ano que o grupo se apresentou no Brasil pela primeira vez.

O novo show, baseado principalmente em seu último disco de estúdio, "The Final Frontier", foi gravado na capital chilena, no Estádio Nacional, diante de 50 mil pessoas e foi filmado digitalmente por 22 câmeras em alta definição. A mixagem ficou a cargo do experiente Kevin Shirley, responsável pela produção do álbum anterior.

Ilustrado por diversos panos de fundo e em certos momentos por céu estrelado, o palco é show à parte e, como mostra o documentário, parte dele chega de navio a diversos países. Como se não bastasse, um Eddie gigante - mascote da banda em forma de caveira - surge no fundo do palco, rouba a cena e tira o fôlego do público.

A força que a banda tem ao vivo e a paixão que o público tem pelo grupo são invejáveis. Acompanhada pela introdução "Satellite 15", a pesada "The Final Frontier" abre o show e mostra a força das composições mais recentes. "El Dorado" é outra da nova fase que integra o setlist. Figura carimbada nas apresentações, a música "2 Minutes to Midnight" relembra os tempos do clássico disco "Powerslave".

Equilibrado, o repertório ilustra a fase da banda nos anos 1980 e 1990 com temas como "The Trooper", "Fear of the Dark" e "Running Free". O ponto negativo é que a escolha soa preguiçosa por conter sempre as mesmas faixas quando se trata das antigas. Entre as mais frescas estão "The Talisman", "Dance of Death" e "The Wicker Man".

Ponto alto fica por conta da belíssima "Coming Home". Bem arranjada, a composição que faz parte de "The Final Frontier" é carregada de emoção e traz um dos mais belos solos de guitarra de Adrian Smith. De refrão pegajoso, serve de palco para Dickinson soltar a voz e mostrar a força que ainda tem nas cordas vocais aos 53 anos.

"Blood Brothers" mistura fases elegantes e sujas de guitarra e ainda traz solos incendiários. "The Evil That Men Do" e "Hallowed Be Thy Name" são outros ótimos momentos da apresentação.




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