O Brasil reuniu nesta terça-feira os representantes dos grupos em que se aglutinam os países do terceiro mundo. O objetivo é explorar novos campos de aproveitamento na Rodada de Doha. Em declaração divulgada nesta terça, os 21 países que compõem o G20 (grupo dos países em desenvolvimento, liderados pelo Brasil e a China) voltaram a afirmar que a remoção de distorções nas regras do comércio agrícola internacional é fundamental para que a atual rodada de negociações da OMC (Organização Mundial do Comércio) seja efetivamente a ‘rodada do desenvolvimento’, conforme a proposta de seu lançamento, há três anos, em Doha (Catar).

Neste primeiro encontro informal se reuniram representantes do G20, do G33 (42 membros), que defenderam o conceito de produtos especiais, os países Ásia-Caribe-Pacífico (56 membros), que aspiram a conservar o acesso preferencial ao mercado europeu, e o Grupo Africano, reunido por solidariedade geográfica.

"A maior distorção estrutural no comércio internacional ocorre em agricultura, pela combinação de tarifas elevadas, apoio doméstico e subsídios à exportação que protegem produtores ineficientes nos países desenvolvidos", diz o documento, resultado da primeira reunião formal do G20 durante a 6ª Reunião Ministerial da OMC, iniciada nesta terça.

Ao final do encontro, o ministro de Comércio e Indústria da Índia, Kamal Nath, afirmou ser "preciso sair de Hong Kong um passo à frente em direção ao fim das desigualdades e distorções no comércio internacional". O ministro brasileiro de Relações Exteriores, Celso Amorim, acredita em avanços em Hong Kong. "Não serão ainda os avanços que desejamos, mas creio que haverá avanços que nos permitem fazer progressos mais definitivos no começo do ano", afirmou o ministro.

O G20 nasceu pouco antes da conferência ministerial de Cancún (2003) para ajudar os esforços no capítulo da agricultura da Rodada de Doha e sua posição contra os países desenvolvidos acabou contribuindo para o fracasso da reunião.