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Juros caem com dólar em meio à espera da tramitação da reforma na CCJ
11/03/2019 | 10:09
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Os juros futuros operam em queda, sintonizados com o ajuste negativo do dólar ante o real e outras divisas de países emergentes exportadores de commodities. As atenções do mercado de renda fixa estão na tramitação da reforma da Previdência no Congresso, que começa na quarta-feira com a instalação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, conforme afirmou o presidente da Casa, Rodrigo Maia. Nos próximos dias também saem alguns dados de inflação, com destaque para o IPCA de fevereiro, amanhã, que deve mostrar aceleração.

Pesa no sentimento positivo hoje, segundo operadores de renda fixa, a sinalização dada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no sábado, ao presidente Jair Bolsonaro de que não deve haver dificuldade para a proposta passar na CCJ. Segundo Maia, os maiores debates virão depois, na Comissão Especial. Após esta etapa, a proposta segue para votação no plenário da Câmara.

Na sexta-feira as taxas futuras recuaram, justamente com o mercado enxergando maior envolvimento do governo em prol da reforma da Previdência. As taxas também foram influenciadas pela expectativa de políticas monetárias mais suaves nos principais bancos centrais do mundo, incluindo o Brasil, em meio a sinais de fraqueza da economia global.

A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), disse na sexta-feira, no entanto, que não é possível garantir que faltam 48 votos para a aprovação da reforma da Previdência na Câmara, como afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

Joice também negou que exista um mapeamento do apoio no Congresso. "Não tem mapa. O que temos é um prognóstico, temos conversa, pessoas dizem que estamos juntos, vamos votar, mas tem que mudar aqui e acolá", comentou Joice sobre as declarações do ministro.

Segundo apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), entidades que representam servidores públicos estão procurando ministros e lideranças no Congresso para pedir mudanças na proposta de reforma da Previdência. Além da pressão direta sobre os deputados, as categorias se organizam para agir nas bases eleitorais dos parlamentares, com o objetivo de desestabilizar a base aliada do governo no Congresso Nacional. As novas regras propostas pelo governo para os servidores públicos endurecem o caminho para se chegar à aposentadoria. Além disso, as alíquotas pagas pelos servidores partirão de 7,5% e poderão chegar a 22%, dependendo do salário.

Pesquisa Focus divulgada hoje traz de mais relevante mudança na projeção para o IPCA para 2019 de 3,85% para 3,87%, mas manutenção da estimativa para 2020 em 4%. Também foram mantidas as projeções para Selic em 2019 e 2020, em 6,50% e 8,00%, respectivamente. Já as projeções para alta do PIB de 2019 desaceleraram de 2,30% para 2,28%, enquanto para 2020 aumentaram de 2,70% para 2,80%.

Às 9h48, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 estava a 7,07%, de 7,14% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2023 caía a 8,17%, de 8,28% no ajuste de sexta-feira. No câmbio, o dólar à vista cedia 0,64%, a R$ 3,8455. O dólar futuro para abril recuava 0,59%, a R$ 3,850.




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