Num relatório de 567 páginas, divulgado nesta quinta-feira, os 10 membros da Comissão bipartidária propõem a criação de um centro nacional de contra-terrorismo, para unificar o trabalho de inteligência e a criação do cargo de diretor nacional de inteligência para coordenar o planejamento operacional.

"Em todos os organismos do governo fracassaram a política, as capacidades e a gestão para lutar contra o terrorismo e impedir os atentados de 11 de setembro", afirma o documento, que denuncia também a "falta de imaginação" dos responsáveis pela luta contra o terrorismo.

O documento não acusa diretamente a administração republicana de George W. Bush, nem a que a precedeu, a do democrata Bill Clinton.

"Não acreditamos que os responsáveis do Governo compreendessem a gravidade da ameaça. O terrorismo não era uma grande preocupação de segurança nacional nas administrações Clinton ou Bush antes de 11 de setembro de 2001".

"O perigo terrorista representado por Osama Bin Laden e Al Qaeda não era um tema importante do debate político na opinião pública, os meios de comunicação ou o Congresso".

Alerta- O presidente da Comissão, Thomas Kean, disse que os americanos precisam estar preparados para uma "luta longa e difícil contra um inimigo determinado". Ele fez um alerta ao afirmar que a Comissão espera novos ataques nos Estados Unidos.

Kean disse ainda que os atentados de 11 de setembro "foram um choque, mas não deveriam ser uma surpresa", já que os meios de comunicação, o Congresso e a população dos Estados Unidos receberam, em 2001, avisos claros de que terroristas islâmicos pretendiam matar muitos americanos.

No entanto, ele ressaltou que o objetivo da investigação era evitar um novo atentado, e não encontrar culpados pelos ataques.

Iniciativas - Depois de receber uma cópia do informe final, o presidente George W. Bush afirmou que o governo fará "tudo o que puder para proteger o país".

"Nós, no governo, temos a obrigação de fazer todo o possível para proteger o povo americano", afirmou Bush na Casa Branca.