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Clube da Esquina ilustrado
Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
11/09/2011 | 07:05
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Reprodução


Um grupo de amigos de Minas Gerais que tinha o sonho de mudar o mundo deixou a esquina que tanto serviu de palco para suas músicas e ganhou o País. A trajetória dos rapazes chega ao universo dos quadrinhos em 'Histórias do Clube da Esquina' (Devir, 48 páginas, R$ 19,50), que apresenta registro sobre a juventude do famoso e celebrado grupo de artistas mineiros que contou com Milton Nascimento, Toninho Horta, os irmãos Marcio e Lô Borges, Beto Guedes e Fernando Brant, entre outros.

As páginas trazem o início da amizade, as primeiras composições e a explicação de causos que permeiam a relação entre eles. Para quem conhece e respeita a carreira de seus integrantes, é interessante saber as motivações dos rapazes e obstáculos enfrentados desde a movimentada década de 1960, quando o movimento deu seus primeiros passos, até os anos 1990.

"(...) este é um extraordinário meio de penetrar na vida e na intimidade dessa turma que doou ao País os seus melhores anos de vida, o melhor de sua juventude, de sua poesia e sua música", afirma Marcio Borges, que assina o prefácio da obra.

Um dos mistérios revelados na HQ é a razão do nome Clube da Esquina. As divertidas ilustrações de Laudo Ferreira complementadas pela arte-final e cores de Omar Viñole mostram que os músicos se reuniam sempre na esquina das Ruas Divinópolis e Paraisópolis, em Belo Horizonte - e que quando os vizinhos reclamavam da música e do bate-papo que rolava até tarde da noite, a simpática Dona Maricota (mãe do clã Borges) acobertava a todos. A influência direta da Nouvelle Vague após sessão cinematográfica, o icônico encontro com Juscelino Kubitschek e a razão por trás de certas canções estão entre o material da obra, assim como algumas imagens reais.

Entre as boas sacadas do roteiro (também assinado por Ferreira), estão elementos que lembram um documentário. Ao longo das ações, tudo acaba sendo amarrado por meio de depoimentos ilustrados dos rapazes. Agora como os senhores que são atualmente.

'Histórias do Clube da Esquina' poderia se estender por muito mais páginas, mas a sensação que fica é de que as composições, como 'Travessia', 'Para Lennon e McCartney' e 'Dona Olympia', servem como deliciosa continuidade para saber mais sobre aqueles jovens de Minas Gerais.




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