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Xuxa recupera ‘prazer de nadar’
Edélcio Cândido
Do Diário do Grande ABC
20/11/2002 | 22:55
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O catarinense e medalhista olímpico de natação, Fernando Scherer, o Xuxa (1,93 m de altura), transformou-se nesta quarta na bola da vez em Santo André, cidade que o acolheu no início do segundo semestre deste ano para dar “a volta por cima” em sua carreira. Bronze nas olimpíadas de Atlanta e Sydney, o velocista atleta do Flamengo de 1996/2001, além de uma coleção de marcas e troféus, Xuxa voltou à mídia ao superar o “holandês voador” Pieter van den Hoogenband, no fim de semana, na prova dos 50 m (23s85) pela Copa do Mundo disputada no Rio, onde ganhou a medalha dourada. “Voltei a sentir o prazer de nadar”, comparou.   

Atual atleta do Primeiro de Maio Futebol Clube/Prefeitura de Santo André/Bridgestone Firestone, Xuxa – que fez aperfeiçoamento técnico, médico, psicológico no final da década de 90 nos Estados Unidos – foi recebido pelo prefeito João Avamileno e pelo diretor de Esporte, Celso Luiz de Almeida. Scherer se colocou à disposição do prefeito para lutar pelo Projeto Não à Violência, que já rendeu troféus a mais no acerto municipal. “Santo André me trouxe sorte, conquistei ótimos resultados tanto nos Jogos Regionais quanto nos Jogos Abertos, em torneio disputado em Brasília, na Copa do Mundo do Rio, e quero ser muito mais útil, ajudar a tirar as crianças das ruas, das drogas”, disse.   

Debaixo de sol insuportável das 15h, Xuxa visitou núcleos esportivos de natação em Santo André, onde mais de 1,2 mil crianças têm aulas apenas nas piscinas no Parque Novo Oratório, na Praça Internacional (Emei Darci Ribeiro), onde deu uma grande revelação. Aos 28 anos, idade já avançada um atleta de natação de nível olímpico, e com uma carreira curta nas piscinas, Xuxa quer ser um líder olímpico “de terno e gravata, pasta 007 e tudo mais”, um autêntico manager a serviço de uma reviravolta na natação. Nascido em Florianópolis, terra de Gustavo Kuerten, o Guga, e da atleta de vôlei, Ana Mozer, Xuxa até brincou: catarinense não é de negar fogo.  

Confiança – Cercado por um batalhão de meninos e meninas em um dos núcleos visitados, Scherer deu autógrafos, conversou com os meninos, sentou-se na beira de uma piscina, e fez questão de consolar um garoto com a camisa do Palmeiras. “Claro que eu autografei a sua camisa”, brincou. Mais tarde, relaxado, tênis preto sem meias, careca, o atleta olímpico falou dos bons tempos (1998) da natação e demonstrou a confiança no futuro.   

“Estou confiante no próximo governo e quero fazer parte da comissão de dirigentes esportivos do Ministério de Esporte. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva tem mostrado disposição em elevar o nível olímpico, mas deseja ter idéias, projetos, gerenciadores de modalidades, como atletismo, judô, basquete, vôlei. Isso é muito bom. Só ídolos tiram a criançada das ruas. Se alguém me perguntar quem seria este líder para brigar pela natação, eu digo: sou eu”, afirmou.  

Olho vivo – Fernando Scherer repetiu na região o que disse no programa Bom Dia São Paulo da TV Globo desta quarta. “Tenho acompanhado pela TV o Lula falar bastante no Pacto Social, na Educação e no combate à fome, mas não podemos esquecer as crianças, o esporte. Se houver apoio ao esporte amador, haverá um grande passo na diminuição da fome, violência, o que melhorará o nível educacional e o Pacto Social sairá do papel. Se tiver oportunidade, discutirei tudo isso numa comissão de esportistas. Existem muitas idéias, mas é preciso acreditar. Veja meu caso: cheguei em Santo André para somar e acho que estou somando. A Bridgestone me dá uma força, a Prefeitura, o clube, e assim vamos lutando pelo melhor em todos os segmentos”. Mas nem tudo são flores na carreira de Xuxa, que começou a nadar com 14 anos, pelo menos quatro anos atrasado em relação ao atleta de hoje. Como se não bastasse, as contusões sempre o atrapalharam em competições vitais, além de sinusite, virose, febre alta, torções (principalmente no pé direito).   

No Mundial de Gutemburgo, em 1997, Xuxa teve uma forte sinusite que quase o deixou de fora das provas. Nos treinos para o Pan-Americano de Winnipeg, em 1999, teve uma virose. Na Olimpíada de Atlanta, mesmo com febre, foi bronze nos 50 m livres. Agora, sua próxima meta é o Pan-Americano, Copa do Mundo e vida que segue.




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