Toda obra tem começo, meio e fim. E é com o intuito de destrinchar o processo criativo do escritor mato-grossense Manoel de Barros (1916-2014) que o Itaú Cultural abriu ontem a ocupação que leva seu nome.

Para tanto, Martha Barros, artista visual, filha do poeta e detentora dos direitos autorais de sua obra – que está sendo toda reeditada pelo selo Alfaguara –, passou o último ano e meio vasculhando os escritos, papéis, papeizinhos, anotações, imagens, cartas enviadas e recebidas, além de objetos caros ao pai em seu cotidiano, que agora dão forma à ocupação. “Tenho em casa uma biblioteca com as cartas, fotos e todo o material literário de meu pai, mas foi necessário fazer uma longa busca e organização para a exposição”, conta Martha. “Desejo que esse esforço de todos faça as pessoas lerem mais, pois a melhor maneira de conhecer um poeta e a sua obra é lendo”, conclui.

O poeta confeccionou e usou mais de 100 caderninhos de rascunho. Seis deles são exibidos e outros esboços estão espalhados na mostra. O público também encontrará as primeiras edições das obras do poeta, autorretratos escritos, textos originais, fotos, caixinhas de lápis e de canetas, além de cinco quadros assinados por Martha, que ilustraram capas dos livros do pai. A pintura dela costumava acompanhar a obra do autor.

Ocupação Manoel de Barros – Mostra. Itaú Cultural (Avenida Paulista, 149). Terças-feiras a sextas-feiras, das 9h às 20h. Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h. Até 7 de abril. Gratuito.