Um marine americano se declarou culpado nesta terça-feira do assassinato de um civil iraquiano em abril passado, em Hamdânia, ao norte de Bagdá, em um polêmico caso no qual quatro soldados já admitiram sua responsabilidade.

O cabo Jerry Shumate, 21 anos, se declarou culpado de agressão em circunstâncias agravantes e de formação de quadrilha com o objetivo de obstruir as investigações no caso relacionado ao assassinato de Hashim Ibrahim Awad, um iraquiano de 52 anos.

Em 13 de novembro, o advogado de Shumate já tinha anunciado que seu cliente iria se declarar culpado no processo que pode lhe custar 15 anos de prisão.

Ao todo, oito militares - sete marines e um membro da Marinha - foram acusados em 21 de junho de seqüestro, assassinato e formação de quadrilha pela morte de Hashim Ibrahim Awad, em 26 de abril passado, em Hamdânia, periferia de Bagdá.

Na semana passada, o cabo Tyler Jackson, outro marine envolvido que também se declarou culpado pelo mesmo crime, foi condenado a passar 21 meses atrás das grades, enquanto o soldado Jon Jodka e o enfermeiro Melson Bacos foram sentenciados a mais de um ano de prisão.

Os soldados que se declararam culpados apontaram o sargento Lawrence Hutchins, seu superior no momento dos fatos, como o autor do homicídio.

A promotoria garante que os soldados arrastaram Awad para fora de sua casa e atiraram nele antes de mudar a cena do crime, para fazer parecer que a vítima era um rebelde iraquiano que colocava bombas nas estradas.

Já o cabo Trent Thomas, 24 anos, se declarou não culpado hoje e comparecerá perante uma corte marcial que terá início em 12 de março de 2007.

O Exército americano está mergulhado em uma série de escândalos, nos quais seus homens são suspeitos de matar ou maltratar civis iraquianos.