O procurador-geral de Honduras, Roy Edmundo Medina, exortou Washington a abrir seus arquivos secretos sobre as operaçoes realizadas em Honduras, nos anos 80. ``É preciso saber a verdade', afirmou, acrescentando que ``os Estados Unidos devem abrir seus arquivos para mostrar o que a Cia, o Departamento de Estado e o Pentágono fizeram em Honduras'.

Em agosto passado, o governo hondurenho já havia feito pedido formal neste sentido. Em dezembro, Washington revelou o conteúdo de 1.500 páginas de documentos, mas entidades de defesa dos direitos humanos acreditam que grande parte das operaçoes americanas naquele país continua sob sigilo.

O maior interesse se refere ao que aconteceu em El Aguacate, na fronteira com a Nicarágua, onde os Estados Unidos mantiveram, por quase l0 anos, um centro de treinamento dos ``contras' nicaraguenses. O centro teria sido usado pelo Exército de Honduras como local de tortura. Pelo menos 184 opositores esquerdistas hondurenhos teriam sido mortos e os corpos enterrados em valas, lá mesmo no centro.