Política Titulo Ação de investigação
MPE requer inelegibilidade de Marinho por uso indevido das redes sociais

Procuradoria acusa petista, ex-candidato ao Estado, de ser favorecido em esquema com influenciadores digitais durante a eleição de outubro

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
20/12/2018 | 07:52
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O MPE (Ministério Público Eleitoral) impetrou ação que requer, junto ao TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), a inelegibilidade por oito anos do ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho (PT), candidato ao governo do Estado em outubro, por uso indevido das redes sociais. A acusação da Procuradoria envolve o petista, bem como outras pessoas ligadas a empresas de publicidade na internet, apontando que influenciadores digitais foram cooptados durante o período de campanha para publicar mensagens favoráveis ao candidato como se fossem espontâneas.

Conforme levantamento do MPE, com base em reportagens, a estratégia, capitaneada pela agência de publicidade Lajoy e pela empresa Venture Builders, ambas com sede em Minas Gerais, era associar donos de perfis de redes sociais, selecionados pelo número de seguidores e altas atividades on-line, para que eles dessem publicidade, por meio de postagens, a temas predefinidos que beneficiavam determinados candidatos do PT na eleição em todo o País. Havia, inclusive, compra de postagens nas redes sociais, o que é vedado pela Justiça Eleitoral. Uma das influenciadoras contratadas para promoção dos nomes petistas, Danieli Moreira revelou o funcionamento do esquema, em depoimento. Citou remuneração de R$ 2.000 mensais por postagens diárias, pelo período de dois meses.

A ação pede a intimação dos representados, incluindo a então vice na chapa Ana Bock (PT) e os proprietários das empresas terceirizadas, produção de provas e compartilhamentos de dados colhidos em outros Estados – processos que tratam de supostos benefícios aos petistas Gleisi Hoffmann, do Paraná, Wellington Dias, do Piauí, e Lindbergh Farias, do Rio de Janeiro –, além da condenação pelo abuso dos meios de comunicação. A averiguação, segundo o MPE, “desvendou esquema de captação de votos mediante utilização de publicações pagas na internet em perfis selecionados de redes sociais”.

Em São Paulo, o esquema teria impulsionado Marinho, quarto colocado na disputa. “A utilização monetizada de plataformas sociais de alto alcance com baixo custo contrariou a legislação eleitoral sobre a propaganda na internet e pode configurar uso indevido dos meios de comunicação social.”

A assessoria de Marinho informou, por nota, que a “empresa ofereceu serviço à campanha, que, após testes, optou por não contratá-lo”.  




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