No longa-metragem de estréia de Peter Berg (ator da série Chicago Hope), o papel de Cameron é quase secundário. Mas nem por isso sua presença é menos marcante. A atriz interpreta Laura, uma noiva obcecada com o casamento que está prestes a ser realizado. Como ela atormenta demais a vida do noivo (John Favreau) com detalhes bobos da cerimônia, os amigos do rapaz resolvem proporcionar a tradicional despedida de solteiro.

A turma pega pesado demais na festinha - com direito a maconha, cocaína e prostituta -, e provoca uma tragédia. Michael (Jeremy Piven), um dos participantes se empolga tanto na transa que acaba matando a parceira no gancho do banheiro. O incidente traz à tona o lado mais obscuro dos envolvidos, que adotam métodos pouco ortodoxos para resolver a questao, sem contatar a polícia.

O problema é que depois do episódio, eles nao conseguem ser os mesmos. Culpa, medo, remorso e pânico infernizam suas vidas, a ponto de provocar mais tragédia. Na verdade, uma sucessao delas. Para nao deixar dúvidas de que o gênero escolhido foi o humor negro, o roteiro (também assinado por Berg) abusa das mortes e mutilaçoes, deixando claro a intençao de fazer graça com a desgraça.

O resultado é uma comédia bizarra, em que o espectador é obrigado a embarcar no absurdo para aproveitar o dinheiro gasto com o ingresso. Sem levar o filme a sério, a experiência até pode ser divertida - na medida em que o senso de realidade de Berg é atípico.

Algumas tomadas ainda deixam transparecer a admiraçao do diretor pela estética nos filmes de Tarantino. A seqüência em que o grupo caminha em direçao da câmera munido de vassouras e pás faz referência a "Caes de Aluguel". Só faltou o seguidor dar um pouco mais de profundidade aos personagens. Aspecto esse que costuma ser melhor trabalhado nas produçoes tarantinescas, por mais absurdas que sejam as tramas.