A cantora Maria Alcina presta tributo a Carmen Miranda no show Tem Graça Como Ninguém, que apresenta hoje, às 16h, no Espaço de Eventos do Sesc Santo André. Durante o espetáculo, ela relembra clássicos da Pequena Notável, que completaria 100 anos em 2009. A entrada é franca.

Entre os destaques do repertório estão Tico-Tico no Fubá e Chica-Chica Boom. Dona de um timbre de voz grave e inconfundível, Maria Alcina foi influenciada desde o início da carreira pelos figurinos extravagantes e o carisma de Carmen.

Um exemplo dessa influência foi conferido pelo público em 1972, quando ela venceu o FIC (Festival Internacional da Canção), no Maracanãzinho, no Rio, com o hit Fio Maravilha, de Jorge Ben Jor. "Entrei no palco narrando um gol, fazendo uma performance lúdica. O povo não entendeu quando me viu com aquela roupa extravagante, o corpo andrógino e a voz grave", relembra Maria Alcina.

Apesar de nunca ter sido cantora de protesto, ela teve problemas com a censura em 1974, quando foi proibida de trabalhar por 20 dias. "Fazia shows em concursos de miss e meu comportamento era uma coisa que incomodava os militares. Naquela época, a felicidade era uma coisa subversiva no Brasil".

Depois de 20 anos sem espaço no mercado fonográfico, Maria Alcina foi alçada no início da década à categoria de artista cult, graças às parcerias com músicos do cenário alternativo paulistano, como o grupo Bojo. O tecladista da banda, Maurício Bussabi, participou da produção de seu mais recente e elogiado disco, Confete e Serpentina.

"Isso me traz muita felicidade. Parece que estou vivendo o início da minha carreira", diz.

Tem Graça Como Ninguém - Show da cantora Maria Alcina. Hoje, às 16h. No Espaço de Eventos do Sesc Santo André - Rua Tamarutaca, 302. Tel.: 4469-1200. Grátis.