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Petros muda estratégia para garantir meta
Do Diário do Grande ABC
13/10/1999 | 18:20
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A perspectiva de reduçao dos juros ao longo dos próximos anos levou o Petros, fundo de pensao dos funcionários da Petrobras, a rever sua estratégia de investimentos. Para manter suas metas, o fundo, que possui ativos de R$ 5,23 bilhoes, quer investir no setor de project finance, buscando financiar empreendimentos que garantam bons retornos a longo prazo.

O presidente da Petros, Carlos Flory, admite que a entidade nao terá como manter suas metas atuariais (previsao para o pagamento de todos os benefícios prometidos pelo fundo a seus participantes) quando os juros caírem para um dígito, como promete o presidente Fernando Henrique Cardoso.

A estratégia de Flory é uma mudança inovadora na forma de atuaçao dos fundos de pensao, que atualmente apostam grande parte de seus recursos em títulos públicos. "É preciso pensar em como manter o negócio lucrativo quando os juros baixarem", explicou o presidente da Petros, Carlos Flory. O pontapé inicial já foi dado. O Petros está buscando no mercado um profissional especializado em project finance para assessorar o fundo.

O presidente nao revelou se já foi escolhido o nome do novo executivo, mas adiantou que o fundo vem realizando reunioes com a área de investimentos da Petrobras para definir projetos que possam ser financiados pelo Petros. "Tivemos alguns encontros e os resultados indicam que a estratégia vai funcionar", afirmou.

Mas Flory deixou claro que a estratégia do fundo nao é excluir investimentos em outras empresas, fora do guarda-chuva da estatal brasileira. "Onde houver bons projetos, temos interesse", revelou. A intençao do fundo é atuar na exploraçao de poços de petróleo, aproveitando a ligaçao com a Petrobras e outras empresas do ramo. No início dos anos 90, o déficit atuarial do Petros era de R$ 5,37 bilhoes. Hoje, a estimativa é de que o rombo alcance a casa dos R$ 8 bilhoes.

Além da mudança no perfil dos investimentos, o Petros está desenvolvendo outros trabalhos. O fundo assinou no início do mês um contrato para desenvolver um plano de previdência para a companhia argentina YPF. Essa é a primeira vez em que um fundo ligado a uma estatal presta serviços a uma companhia privada no Brasil. O fundo já estuda vender seus serviços para outras três empresas.




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