Política Titulo Martelo na bigorna
Lourencini ajeita terreno para ser vice de Vanessa

O empresário prega o desenvolvimento da cidade e cobra o
funcionamento da máquina pública no ritmo do setor privado

Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
13/04/2012 | 07:09
Compartilhar notícia
Orlando Filho/DGABC


Afagado pela deputada estadual e pré-candidata a prefeita de Mauá Vanessa Damo (PMDB), que o quer como vice em seu projeto ao Executivo, o supermercadista José Roberto Lourencini (PSDB) já prepara o discurso visando a eleição de outubro. O empresário prega o desenvolvimento da cidade e cobra o funcionamento da máquina pública no ritmo do setor privado.

"Mauá precisa vislumbrar o futuro. É a cidade do Grande ABC que está mais atrasada", avalia, ao identificar a morosidade da Prefeitura como um dos pontos responsáveis pela estagnação. "Assim como o cliente (de sua rede de supermercados) é o meu patrão, o munícipe é o patrão dos governantes. O empreendedor trabalha de domingo a domingo, é martelo na bigorna toda hora. No poder público ele (funcionário) chega lá na segunda-feira pensando se vai ter feriado na sexta e se o Corinthians e o Palmeiras jogaram", compara.

Lourencini integra a ala histórica do PSDB de Mauá (está filiado desde a fundação do partido, em 1988), grupo que já teve como líder o ex-prefeito Leonel Damo (1983 a 1988 e 2005 a 2008), pai de Vanessa e atualmente no PMDB.

"Um comerciante nunca vai querer que Mauá regrida. Lourencini é entusiasta do desenvolvimento. Pode nos ajudar para que a cidade se desenvolva", projeta Vanessa Damo, tomando o cuidado para ressaltar que a vice ainda está em aberto e não ferir o ego do vereador Edimar da Reciclagem, que no fim do mês venceu as prévias do PSDB - trunfo que o credenciaria para, em caso de coligação, ser o indicado do partido para a composição da chapa.

Segundo o presidente do PMDB de Mauá, José Carlos Orosco Júnior (marido de Vanessa), o anúncio da chapa só deverá ser feito em maio, após a finalização de pesquisa sobre o perfil ideal do vice da deputada. "Hoje as chances de o vice ser do PSDB são de 80%", contabiliza. "Seja o Edimar ou o Lourencini, seremos soldados de um projeto só", confia.

 

EX-PETISTA

Apesar de militar no PSDB desde a sua fundação, há 24 anos, Lourencini já foi filiado ao PT, partido que governa Mauá com o prefeito Oswaldo Dias, adversário ferrenho da família Damo. Foi, inclusive, candidato a vereador na primeira eleição disputada pela sigla, em 1982. Em 1988, já no tucanato, tentou conquistar cadeira na Câmara pela segunda e última vez, novamente sem sucesso.

Pelo passado, evita ataques pesados ao governo. "Não tenho nada contra o Oswaldo. Fui professor (de Matemática) junto dele, mas Mauá precisa crescer", reitera.

Edimar da Reciclagem cobra protagonismo no processo

O entusiasmo do PMDB em selar aliança com o PSDB para a eleição em Mauá não é compartilhado pelo vereador tucano Edimar da Reciclagem, que no fim de março venceu as prévias do partido para concorrer a prefeito em outubro. O parlamentar reitera que, no que depender dele, sua pré-candidatura é "irreversível".

"Não cogito esta possibilidade (abrir mão para ser vice de Vanessa) porque o PSDB terá candidato próprio", sustenta. Edimar afirma que, caso o partido parta para "o segundo plano (aliança com o PMDB)", cobrará prioridade. "Se for para o PSDB ser vice de alguém, o primeiro nome que deve ser trabalhado sem dúvida é o meu, até porque reconstruímos o partido e nenhum filiado protocolou interesse em ser vice."

O presidente municipal do PSDB, Márcio Canuto, indicou Edimar para a composição com Vanessa, mas o PMDB sugeriu José Roberto Lourencini, empresário que está afastado da política desde 1988, mas que é amigo da família Damo. O supermercadista, porém, rejeita travar conflito partidário. "Se a Vanessa escolher o Edimar estará nos conformes. Vou vender arroz e feijão, e pedir votos para ela."

Em tom conciliador e na busca pelo consenso, Orosco cogita função de destaque para ambos. "Quem (dos dois) não for vice, ajudará na coordenação de campanha, terá papel importante no governo (em caso de vitória). Queremos somar com quem soma. A cidade já viu que a fragmentação (do governo) não dá certo", declara, em crítica ao governo Oswaldo Dias.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;