Política Titulo Caso Semasa
Polícia oferecerá delação
premiada para Calixto

Se apresentar provas, delegado usará instrumento no caso do
suposto esquema de propina de licenças ambientais no órgão

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
13/04/2012 | 07:07
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A Polícia Civil vai oferecer delação premiada ao advogado Calixto Antônio Júnior, caso apresente provas sobre o suposto crime de propina para liberação de licenças ambientais no Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). Por conta do grave depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara, o delegado Gilmar Camargo Bessa oficiou intimação ao advogado para prestar esclarecimentos na quinta-feira.

O delegado assegurou que o procedimento legal pode ser utilizado para, possivelmente, comprovar eventual organização criminosa de cobrança de ‘taxa' condicionada para emissão do licenciamento em cima de empresas de diferentes setores. Segundo Bessa, a ferramenta implica, conforme a legislação, em contribuir a identificar o grupo. "Se for o caso, vamos adotar (o sistema). Tanto a polícia como o Ministério Público. Isso serve de incentivo para que o envolvido aponte a autoria da fraude em troca de atenuação da pena ao delator."

Confirmando à CPI a existência de esquema de extorsão sobre empresas para liberação de licenças na autarquia, Calixto relacionou o prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), como parte de "quadrilha de corrupção na cidade", que se estendeu ao Semasa - o grupo, segundo o advogado, também seria composto por Nilson Bonome e Jarbas Elias Zuri (ambos já deixaram o Paço), além dos secretários Alberto Casalinho (Obras) e Frederico Muraro Filho (Habitação).

Calixto alegou que o prefeito foi quem o convidou a atuar no sexto andar do Semasa, para paralisar o andamento dos processos, mesmo sem ser funcionário público.

Por ajudar a Justiça a desvendar o caso, com a delação o envolvido tem a garantia constitucional de pena minorada em relação ao grupo integrante do esquema. "Quando se tem a prova da participação no crime, se oferece a possibilidade para que a pessoa indique os demais interlocutores com provas de autoria. Com isso, se dá materialidade aos fatos relatados", disse o delegado. Diante desse cenário, a polícia apresenta sistema de proteção à testemunha.

Com as oitivas realizadas até agora, Gilmar Bessa avaliou que ficou notório o expediente diário de Calixto no Semasa, corroborando com a denúncia do ex-diretor de Gestão Ambiental da autarquia Roberto Tokuzumi. "Em razão do andamento das investigações, está bem clara a presença do advogado das 8h às 8h30 no andar da superintendência", considera ele. "Agora necessitamos averiguar a motivação do trabalho e o que justificaria o seu comparecimento."

PROVAS

O advogado Calixto Antônio Júnior protocolou documento no Legislativo alegando que irá apresentar provas de suas acusações em 15 dias. Ele garante ter gravações de áudio e vídeo de conversas com empresários.




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