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Aterro de Mauá é acusado de compra de carga roubada
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
13/03/2007 | 23:05
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A empresa de resíduos Lara, no bairro Sertãozinho, em Mauá, está envolvida com um esquema interestadual de legalização de cargas roubadas, de acordo com o Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado).

Segunda-feira, investigadores da DRCar (Delegacia de Repressão ao Roubo de Carga) apreenderam na empresa dezenas de notas fiscais suspeitas de serem frias, durante operação batizada de Vil Metal.

Segundo escutas telefônicas interceptadas com autorização judicial, representantes da empresa negociaram diversas vezes a aquisição de notas com Jovailton dos Santos, o Dadinho, responsável por providenciar os documentos falsos.

As mercadorias que seriam esquentadas por meio das notas são principalmente cobre e tecidos. Entretanto, a DRCar ainda está investigando quais são as mercadorias realmente utilizadas.

A reportagem solicitou entrevista com algum integrante da empresa para comentar o assunto. Por meio de nota, a Lara deu uma explicação dúbia. Disse que não houve nenhuma apreensão de documentos ou materiais e que a empresa desconhece os motivos da investigação, que é sigilosa.

De acordo com investigação comandada pelo delegado titular da DRCar, Alberto Matheus Pereira Júnior, a Lara negociava notas pelo menos desde outubro do ano passado, quando grampos telefônicos captaram conversas com Dadinho.

O acusado faz parte do Grupo Caipira da quadrilha, que tinha como base a cidade de Paulínia, no interior. Outros membros dessa célula são Geraldo NMariãoaves de Azevedo, o , Alexandre da Silva e André Luiz Buglini. Todos foram presos.

O esquema funcionava com a integração de outros dois grupos. O Interestadual é controlado por Dagoberto Silva e Antônio Luiz Santos Pinto. Segundo o Deic, a dupla usa quatro empresas de fachada para comercializar cobre. As ramificações atingem os estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Sergipe, Rio Grande do Sul e Espírito Santo.

O terceiro grupo é o Generalizado, controlado pelos cabeças do golpe, os empresários Manoel do Canto Neto e Izoli Alves de Oliveira. Eles compravam e vendiam cobre ilícito e esquentam o produto com notas fiscais falsas. Neto foi preso na sexta-feira e solto por liberdade provisória. Oliveira ainda está detido. Segundo o Sindicel (Sindicato das Empresas Produtoras de Cobre de São Paulo), o prejuízo com roubo do metal foi de R$ 14 milhões em 2006.



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