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Inaugurada no Irã feira de charges sobre o Holocausto
Da AFP
14/08/2006 | 18:25
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Um concurso internacional de charges sobre o Holocausto foi inaugurado nesta segunda-feira, em Teerã, em resposta à publicação em setembro do ano passado, em jornais do Ocidente, de caricaturas do profeta Maomé.

"Criamos esta feira para explorar os limites da liberdade em que os ocidentais acreditam", explicou Masoud Shojai, presidente da associação de "Charges Iranianas" e organizador da feira. "Eles podem escrever livremente o que quiserem sobre o nosso profeta, mas se alguém levanta dúvidas sobre o Holocausto, é multado ou mandado para a prisão".

"Se não negamos o fato de que os judeus foram mortos na (Segunda Grande) Guerra, por que os palestinos precisam pagar por isto?", questionou Shojai na cerimônia de abertura da feira, que funcionará durante um mês no Museu de Arte Contemporânea Palestina de Teerã.

Segundo ele, cerca de 1,1 mil charges foram apresentadas pelos participantes de mais de 60 países e mais de 200 estão à mostra. As três melhores serão anunciadas em 2 de setembro e os ganhadores receberão prêmios de US$ 5 mil, US$ 8 mil e US$ 12 mil. Shojai não se aprofundou sobre o financiador do prêmio, mas enfatizou que não é uma entidade governamental.

A feira está sendo apresentada ainda pelo jornal de maior vendagem no Irã, o Hamshahri, que é publicado pela prefeitura conservadora de Teerã. O concurso foi anunciado em fevereiro em uma revanche às caricaturas do profeta maomé, publicadas na Dinamarca e depois em todo o mundo, despertando a ira dos muçulmanos.

O regime iraniano, fortemente antiisraelense, apóia os chamados revisionistas do Holocausto, segundo os quais o massacre sistemático de judeus europeus e outros grupos étnicos pelos nazistas durante a II Guerra foi inventada ou exagerada.

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, já causou protestos internacionais ao negar o Holocausto, chamando-o de "mito" usado para justificar a criação de Israel.




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