A disposição dos consumidores para comprar por financiamento, ou adquirir empréstimo, subiu 20,1% em março sobre o mês anterior. Porém, quando comparado ao mesmo período do ano passado houve queda de 1,4%. O avanço na comparação mensal é reflexo do mês do Carnaval. É comum que menos pessoas busquem crédito em fevereiro, principalmente pelo menor número de dias úteis.

Em relação ao recuo na comparação anual, o endividamento elevado das famílias, que subiu mês a mês em 2011, tirou a vontade por novas dívidas. Mas a tendência é de mudança no cenário, destacou o gerente de indicadores de mercado da Serasa Experian, Luiz Rabi.

"O resultado de março foi o de menor queda nos últimos cinco meses. É uma espécie de embrião de que a demanda por crédito está começando a voltar ao normal", avaliou Rabi.

Os resultados são do indicador sobre a demanda do consumidor por crédito. A Serasa calcula o índice por meio do número de consultas em seu banco de dados de CPFs. Essas informações são transformadas em um indicador, que no mês passado atingiu 121,8 pontos.

"Nós não sabemos exatamente se as pessoas tomaram crédito. Este indicador mostra quantas pessoas tentaram comprar parcelado, ou emprestar dinheiro, mas não se elas concretizaram", explicou Rabi.

MEDIDAS - Ele analisou que as medidas anunciadas pelos bancos públicos e ontem pelo HSBC deverão impactar positivamente no indicador. "Não sei se ocorrerá já no resultado de abril. Mas nossa expectativa é que aconteça aquecimento da busca por crédito no segundo trimestre."

Nesta semana, a Caixa Econômica Federal anunciou reduções de juros em algumas modalidades de crédito ao consumo. Entre elas o cheque especial, que atingirá até 1,35% ao mês, e o rotativo do cartão de crédito, que pode chegar a 2,85%. Ontem o HSBC também anunciou corte nos juros para a pessoa física. E também ontem, entrou em vigor medida paralela do Banco do Brasil. No entanto, as maiores reduções nas taxas de juros são, principalmente, para os clientes com conta-salário na instituição.

BAIXA RENDA - Pessoas com renda de até R$ 500 elevaram a demanda por crédito. Acima do valor houve apenas queda.