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MP vai investigar vans do Zoo Safári
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
26/11/2009 | 07:26
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O MP (Ministério Público) instaurou inquérito civil para apurar o caso das vans da Transkomby a serviço exclusivo da Prefeitura de Diadema e que foram flagradas pelo Diário em dupla jornada no Zoo Safári, mantido pela Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Um dos motivos que levaram à investigação é o contrato entre administração e empresa privada trazer em uma das cláusulas que o combustível utilizado será fornecido pelo município.

O procedimento investigativo foi aberto a partir de publicações do Diário, desde o dia 17. A reportagem flagrou a van cinza, placas DYC 5966 (São Paulo), da Transkomby, fazendo tour dentro do Zoo Safári dia 13, uma sexta-feira. Embora a empresa tenha contrato como permissionária do espaço com a Fundação Parque Zoológico, o veículo flagrado estava a serviço da administração Mário Reali (PT).

A reportagem também registrou veículos da Transkomby, que fazem o transporte de crianças portadoras de necessidades especiais para a Secretaria de Educação de Diadema, em atividade no Zoo Safári no feriado de Finados e no sábado, 7.

Pelo contrato, os carros da frota terceirizada tinham de ficar em "local determinado pela Divisão de Frota e Oficinas, mesmo fora do horário em que estiver à disposição da Prefeitura, uma vez que o combustível será fornecido pela administração, não sendo, em hipótese nenhuma, permitida a ida do motorista para sua residência no fim do expediente e nos fins de semana".

Com base nos fatos apontados pelo Diário, inclusive com documentos oficiais publicados, a promotora de Justiça em exercício na Cidadania de Diadema, Flávia de Lima e Marques, irá apurar os indícios de irregularidade no cumprimento do contrato.

Ofícios foram enviados para as partes envolvidas, Prefeitura e Transkomby, para prestarem informações, segundo a promotora. A partir do recebimento, a administração tem 15 dias para responder ao Ministério Público, prorrogáveis por mais 15.

 

DEFESA - A Prefeitura informou ontem, por nota, que "ainda não recebeu tal pedido do Judiciário e que reitera a disposição de prestar todos os esclarecimentos que se fizerem necessários ao Ministério Público". Porém, a administração erra na nota ao confundir o Poder Judiciário com o Ministério Público.

Indagada se tinha conhecimento da denúncia apontada pelo Diário e o que fez até o momento, a administração não respondeu.

Jordan Orlandino, funcionário da Transkomby, disse ontem que a reportagem teria de enviar, de agora em diante, os questionamentos por e-mail. "Pode deixar que eu respondo ainda hoje (ontem). Porém, a empresa enviou e-mail no fim da noite com o seguinte teor: "O questionamento foi enviado ao departamento jurídico desta empresa, e oportunamente será respondido".

Falta de combustível também será objeto de investigação

A recente falta de combustível que atingiu a frota oficial e terceirizada da Prefeitura de Diadema também está no alvo da promotora de Justiça Flávia de Lima e Marques, em exercício na Promotoria de Cidadania de Diadema.

Neste segundo semestre, o único fornecedor de combustível do governo Mário Reali (PT) cortou o abastecimento dos veículos por falta de pagamento - a Prefeitura está com débitos desde maio em razão dos sequestros de rendas para pagamento de precatórios (dívidas judiciais).

A racionalização do combustível atingiu os serviços essenciais da Prefeitura, como o transporte de crianças com deficiências para tratamento clínico e educacional, conforme o Diário registrou dia 13. Sem combustível, houve corte no atendimento dos pacientes de fisioterapia.

O contrato entre a Prefeitura e a Transkomby, em 2006, ainda na administração do ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT), tem custo de R$ 3,75 milhões.

A promotora enviou ofício para a Secretaria de Transportes. Porém, a frota oficial e terceirizada da Prefeitura fica sob responsabilidade da Pasta de Serviços e Obras.




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