Essa é a avaliaçao do sócio-diretor da Andersen Consulting, Sílvio Genesini. "O preço é alto porque há fila; se a fila nao for tao grande, vai ter de cair", declarou Genesini. "Entre julho e dezembro, teremos uma situaçao igual à que temos nesta terça-feira na telefonia celular", afirmou o consultor. "A velocidade com que a gente vai ver o mercado fixo ficar igual ao celular será rápida", disse.

O consultor explicou que a competiçao vai se estabelecendo em etapas. Na primeira, a Vésper-SP ainda estará tentando ocupar espaço e familiarizar a populaçao com uma alternativa à Telefônica. Na segunda etapa, quando houver disponibilidade de linhas em todos os bairros, o cliente poderá buscar alternativas.

No celular, segundo Genesini, a migraçao de clientes está na faixa de 5% a 10%. A perspectiva é que essa perda de clientes aumente. "Num mercado de competiçao estabilizado, esse índice chega aos 30%", disse o consultor. Na telefonia fixa, será preciso contar pelo menos seis meses depois que a fila de espera acabar para que essa migraçao tenha início.

A competiçao vai ter início imediato apenas nos interurbanos dentro do Estado. Genesini avaliou que a promoçao anunciada pela Telefônica no último fim de semana - dando descontos nas ligaçoes para as três cidades mais chamadas pelo usuário - é uma antecipaçao à concorrência.

"Para sentir a competiçao, nao tenho de ser cliente da Vésper porque ela passa a ser uma alternativa na longa distância", comentou. "Esse negócio de mudar a estrutura de descontos já é provavelmente uma reaçao da Telefônica", disse. O código da Vésper é 89.

A concorrência também está chegando nas chamadas internacionais, com o lançamento da Intelig previsto para dia 23. "Essa é nitidamente uma decisao de consumidor que se pode exercer desde o primeiro momento", afirmou Genesini. O código da Intelig é 23.

A abertura do mercado de telecomunicaçoes brasileiro está prevista para o início de 2003, mas pode ser antecipada em um ano, se as empresas atingirem logo as metas definidas em contrato. Para Genesini, nessa fase em que todos podem fazer de tudo, haverá uma concentraçao em oito ou dez grandes operadoras.

"O número de empresas vai cair de 50 para 10 até 2010" declarou. Cerca de uma dezena de operadoras será do tipo que atua em todas as áreas. Várias outras ocuparao nichos de mercado.

"Algumas estao aqui para ficar, como a Telefônica, a Bell South, a Telecom Italia", citou. "Mas pode ocorrer novos casos de empresas que se juntem lá fora", disse, prevendo que haverá mais fusoes de operadoras de telecomunicaçoes - como a da MCI WorldComm e Sprint - e casos híbridos, como a AOL e Time Warner.