Lívia Rossy, 25 anos, é um mulherão em vários sentidos: longilínea, pernas torneadas, corpo escultural e tem um jeito expansivo. E tudo isso é ampliado por seus saltos estratosféricos. Mas a atriz foi obrigada a desconstruir todas essas características para incorporar a ‘hiponga’ Joyce em Amor e Intrigas.

Em sua segunda novela na Record, a atriz, que viveu a descolada garota de praia Juliana, em Bicho do Mato, está mais recatada que nunca na trama da estreante Gisele Jóras.

Para viver a doce e tímida recepcionista de uma pousada em Visconde de Mauá, na Serra da Mantiqueira – divisa do Rio com São Paulo e Minas –, Lívia arrumou muitas malas para passar quatro dias na região.

A intenção era pesquisar o comportamento e as características das pessoas que nasceram e cresceram no local, uma espécie de reduto de hippies e simpatizantes ecológicos.

“Fiquei desesperada! Cara, tinha de descobrir um universo que não tem nada a ver comigo! Quase enlouqueci com tanto verde e cachoeiras. Cheguei a sentir falta de fumaça de carro”, lembra a atriz.

Durante os quatro dias de peregrinação para a primeira etapa de composição da personagem, Lívia começou a usar referências de um workshop que recentemente cursou ao lado da atriz Renata Dominguez, que vive a vilã Valquíria.

Por indicação do diretor da novela, Edson Spinello, as duas se dedicaram ao treinamento que estimula a memória emotiva e sensorial dos atores. Em meio ao cheiro da mata, Lívia decidiu que escolheria um aroma para identificar a personagem.

Assim que voltou para o Rio, comprou um perfume com fragrâncias florais. “Uso sempre que gravo as cenas dela. O frasco fica guardado com meus textos. Nunca imaginei que, dessa forma, seria tão difícil me livrar da emoção da personagem depois da cena. Ela fica impregnada em mim”, filosofa, com os olhos arregalados.

Lívia também se assustou quando teve de trocar seus saltões por sandálias rasteirinhas e seus provocantes modelitos justos por vestidinhos e batas folgadas. “Ela é muito ingênua, não tem maldade. Adora um violão à beira da lareira. Nunca vivi nada tão distante de mim", diverte-se.

A atriz assinou contrato até 2011 com a Record e, desde que ganhou uma certa estabilidade na carreira, resolveu morar sozinha. Saiu da confortável casa em que vivia com a família em Niterói, no Grande Rio, para um apartamento na Barra, Zona Oeste da cidade e próximo aos estúdios da Record. “Levava uma hora e meia para chegar ao trabalho. Agora são 15 minutos. Além disso, queria ter minha independência”, argumenta.

Para incrementar o novo estilo de vida, a atriz ficou mais zen. Antes era adepta das aulas de spinning para manter o corpo irretocável, com 54 kg distribuídos em 1,75 m de altura. Agora, deixou de lado a atividade aeróbica para se dedicar às aulas de pilates e ioga. “Na verdade, odeio malhar. Cuido da forma pelo estômago. Sabe que eu não como, né?”, entrega Lívia, que só ingere grelhados, verduras, frutas e legumes. A morena ocupa o resto de seu tempo livre com tratamentos estéticos, como drenagem linfática e aparelhos para combater e evitar celulite e gordura localizada.

“Sinto raiva das pessoas que gostam de malhar. Adoraria ser mais saudável para poder comer e beber de vez em quando. Queria deixar a vida me levar”, assume, de olho num imenso copo de suco de açaí num quiosque de praia.