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Fim da safra deve elevar preço do álcool
13/09/2005 | 23:32
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O inevitável aumento dos preços do álcool hidratado será gradativo para os consumidores e não terá relação com o reajuste dos derivados do petróleo ocorrido na semana passada. Apesar de não haver previsões de porcentuais de aumento, já que o mercado do álcool é livre e tem cerca de 300 fornecedores, as distribuidoras, como sempre fazem, devem repassar aos postos os reajustes dos usineiros. Mas é certo que a alta na demanda pelo álcool hidratado, a chegada do fim da safra canavieira do Centro-Sul do Brasil e o próprio reajuste nos preços da gasolina devem pressionar cada vez mais o preço do etanol.

“Eles (os usineiros) vão tentando aos poucos, mas é preciso avaliar quando esse movimento vai dar certo”, disse o vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes, Alisio Vaz. “Por isso, não dá para prever data ou índices de reajustes do álcool.”

Para Mirian Bacchi, pesquisadora do mercado sucroalcooleiro do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), poucos negócios com álcool no Estado de São Paulo foram feitos nesta semana e apresentaram preços superiores aos da semana passada. Mas, segundo ela, ainda é muito cedo para falar em reajustes.

Na semana passada, ainda sem o reflexo do aumento da gasolina, o álcool anidro subiu em média 2,4% e o hidratado 1,28% nas usinas paulistas. Mirian destaca que a atual safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul, região que concentra mais de 80% da produção e do consumo do País, é mais alcooleira neste ano. O setor produtivo estima que até 53% da cana processada vira álcool e 47%, açúcar, o que aponta para uma boa oferta do combustível. Já a demanda mensal de álcool neste ano na Região Centro-Sul – somados hidratado e anidro misturado à gasolina – está próxima a 1,1 bilhão de litros, ante 900 milhões no mesmo período de 2004, um aumento de 20%.   



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