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Lula comemora ação do Bolsa-Família
16/09/2004 | 23:23
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Diante das críticas às falhas na fiscalização e controle do programa Bolsa-Família, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez quinta-feira um discurso de mais de 30 minutos para ressaltar que o governo entregará hoje o cartão referente aos 5 milhões de bolsas entregues. No início da semana, Lula suspendeu a solenidade de comemoração do alcance da meta de beneficiados, reclamando da condução dos rumos do programa. Enquanto Lula discursava para uma platéia formada por dezenas de feministas de vários continentes, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, comandava pela primeira vez uma reunião para discutir os problemas do Bolsa-Família com ministros da área social.

No discurso de improviso, o presidente salientou que, ainda neste ano, o programa atenderá 6 milhões de famílias, chegando a 8,7 milhões em dezembro do próximo ano. "Até o final de 2006, atenderemos todas as pessoas que, segundo o IBGE, estavam abaixo da linha de pobreza quando nós tomamos posse", disse Lula.

A estratégia do governo era evitar que a repercussão das notícias sobre as falhas no Bolsa-Família e os atritos no governo ofuscassem a reunião sobre a fome com 56 chefes de Estado em Nova York, que Lula está organizando para o próximo dia 20. No início da noite, o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, anunciou que o grupo de ministros definiu um cronograma de curto e médio prazos de metas de fiscalização e controle do programa. Patrus aproveitou a entrevista para afirmar que não perdeu força no governo pelo fato de José Dirceu comandar a reunião.

O ministro do Desenvolvimento Social argumentou que Dirceu foi encarregado por Lula para coordenar o encontro por se tratar de um reunião interministerial. Além de Patrus e Dirceu, participaram da reunião os ministros Humberto Costa (Saúde) e Tarso Genro (Educação) e o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso. "Eu sou o porta-voz do programa, a supervisão é da minha pasta", afirmou Patrus.

"O ministro Dirceu é meu amigo, o capitão do time do presidente, trabalhamos como equipe e de forma fraterna pelo melhor do Brasil." O governo reconheceu que depende do esforço das prefeituras para evitar fraudes no programa. Embora as prefeituras não sejam obrigadas a fiscalizar os beneficiados, Patrus argumentou que a Constituição estabelece que todas as esferas do Poder Público têm a responsabilidade em garantir a educação e a saúde das crianças. Em novembro próximo, o governo enviará por internet e por meio de agências da Caixa Econômica Federal questionários sobre as crianças beneficiadas para as prefeituras responderem.




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