O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), já está em sua residência em Brasília. Ele antecipou o seu retorno dos Estados Unidos para o Brasil e chegou ao país na manhã deste sábado. O político vai conceder uma entrevista coletiva no domingo para se defender das denúncias de cobrança de propina. Existe a possibilidade dele se licenciar do cargo para se defender das acusações.

Na sexta-feira, o assessor jurídico da presidência da Câmara dos Deputados, Marcos Vasconcelos, levou à Polícia Federal diversos documentos com a assinatura de Severino, para serem comparados ao documento que o dono do restaurante Fiorella, Sebastião Buani, divulgou para provar uma suposta cobrança de propina feita pelo deputado em 2002.

De acordo com o assessor de Severino, os despachos foram pedidos pelo delegado que chefia o inquérito, Sérgio Menezes. Vasconcelos disse acreditar que a assinatura seja falsa e apresentou à imprensa uma versão diferente da sustentada por Buani. Segundo o assessor, Buani "pressionava, levando deputados amigos dele para pedir que a Câmara renegociasse a dívida".

Como o parcelamento da dívida do restaurante foi negado pela Câmara ao empresário, de acordo com Vasconcelos, no dia 1º de setembro Buani disse ao assessor de Severino, José Carlos Albuquerque, que se não fizesse o que ele pedia, usaria os seus "mecanismos".

Em entrevista à imprensa nesta semana, Buani contou que foi obrigado a pagar R$ 10 mil por mês a Severino Cavalcanti, o que ele chama de 'mensalinho', para conseguir prorrogar o contrato de concessão do restaurante na Câmara.