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Vídeo reforça suspeita de que piloto de lancha estava bêbado
30/10/2003 | 23:55
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Uma fita de vídeo apresentada à Polícia Civil, nesta quinta-feira, por uma testemunha do acidente com a lancha Pimba Pimbinha, ocorrido no sábado, mostra uma entrevista com o cabo da Marinha Marcos Manoel Corrêa Cavalcante logo após a colisão. Segundo testemunhas, as imagens reforçam a suspeita de que o cabo estaria embriagado no momento do acidente.

O banhista Gabriel Borges Soares, 16 anos, foi atropelado pela lancha e morreu. A professora Andréia Lisboa Salgado teve as pernas amputadas. Nesta manhã, o marido dela, Orlando Salgado, afirmou que vai entrar na Justiça contra os responsáveis pelo acidente.

O cabo deverá ser ouvido novamente no domingo pelo delegado Antenor Martins Júnior, titular da 165ª Delegacia de Polícia. Para ele, "tudo indica" que o militar poderá ser indiciado sob as acusações de homicídio culposo (sem intenção) e lesão corporal culposa.

Cavalcante foi acusado pelo piloto da lancha, Armelindo Corrêa de Miranda, de estar bêbado e de ter quebrado a alavanca de controle de aceleração da lancha, que teria apresentado defeito mecânico. O cabo nega as acusações. Ele foi intimado pelo delegado para "esclarecer contradições".

O acidente aconteceu no sábado, em Itacuruçá, distrito de Mangaratiba, no litoral sul do Estado. A fita de vídeo foi apresentada ao delegado por um dos integrantes do grupo de 70 pessoas que participava do passeio.

Orlando Costa também depôs nessa quinta e, na delegacia, reviu as imagens. "Ficou claro que ele (o cabo) estava alcoolizado e não estaria habilitado para fazer o que fez", afirmou Costa. Não houve exame toxicológico após o acidente.

Tripulante - Na quarta-feira, o delegado ouviu Alexandro da Silva Barbosa, 28 anos, terceiro tripulante da lancha. Ele reafirmou a versão do piloto, de que a alavanca que controla a velocidade do barco quebrou e o cabo da Marinha teria tentado consertá-la e acabou acelerando a embarcação.

De acordo com o depoimento, o piloto estaria abrindo a caixa do motor para desligá-lo quando o cabo teria tentado desemperrar a alavanca. Um dos adolescentes que estavam na lancha era Gabriel, que saltou e acabou morrendo sugado pelos motores.

O delegado da Capitania dos Portos em Itacuruçá, Eduardo Sweich, disse que a "única" participação do cabo foi "tentar controlar a lancha para impedir uma tragédia maior". Sweich organizou o passeio de que Andréia participava, o que levou a Marinha a tirá-lo do caso e a transferir para um oficial da capital o inquérito administrativo que investiga o acidente.

O laudo conclusivo sobre as condições da lancha deve ficar pronto em 20 dias.




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