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Bancada do PT na Câmara critica Garotinho
Do Diário do Grande ABC
25/10/1999 | 18:49
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A bancada do PT na Câmara dos Deputados partiu para o ataque e criticou fortemente o governador do Rio, Anthony Garotinho (PDT), agravando ainda mais a crise aberta dentro da frente de oposiçao, com a decisao do partido de entregar os cargos no governo pedetista. Os deputados do PT defenderam a decisao do diretório regional fluminense de nao fazer mais parte da administraçao Garotinho.

A posiçao mais dura foi do secretário-geral do partido, deputado Arlindo Chinaglia (SP). "O Garotinho atacou o PT de maneira desleal e desonesta", afirmou Chinaglia, rebatendo as declaraçoes do pedetista, que chamou o PT de "Partido da Boquinha". "Aliás, nao sei nem se ele é de esquerda e se tem autoridade para falar pelo PDT", afirmou o petista, lembrando que o presidente nacional pedetista, Leonel Brizola, tem desautorizado constantemente posiçoes públicas de Garotinho.

Chinaglia foi além na avaliaçao e criticou também a participaçao de Garotinho na reuniao de governadores com o presidente Fernando Henrique Cardoso, na sexta-feira (22). "O governador do Rio agiu como matador de aluguel para fazer o jogo de Fernando Henrique", disse o dirigente petista, acrescentando que Garotinho é um político sem correçao política.

O líder do PT na Câmara, José Genoíno (SP), também criticou a postura do governador pedetista. "O PT faz alianças", observou. "Mas nao damos nossa cara para levar tapa", completou ele, acrescentando que a "declaraçao de Garotinho foi uma guerra ao PT". Mesmo assim, Genoíno nao acredita que as divergências entre os partidos de esquerda atinjam a frente de oposiçao. "A aliança da esquerda nunca escondeu suas divergências", lembrou. "Mas acho que é hora de baixar a poeira."

A mesma posiçao foi defendida pelo ex-líder do partido na Câmara, Marcelo Déda (PT-SE). "A frente de oposiçao nunca foi uma força única", avaliou. Ele tentou minimizar os recentes episódios que desgastaram a relaçao dos partidos de oposiçao. "A esquerda nao é um quartel para manter a ordem unida", ponderou Déda, ressaltando que a única coisa que une esses partidos é o fato de combater o governo Fernando Henrique. Ele também lembrou que é antiga a divergência do PT fluminense com o governo Garotinho. "Nao há novidade nisso."




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